Localizado no Centro do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), única unidade pública especializada em neurocirurgia no Brasil, está realizando uma pesquisa pioneira no combate ao câncer. O estudo que reproduz células vivas de tumor cerebral, em busca de um caminho mais eficaz no tratamento da doença, é inovador no Brasil e liderado por cientistas do Instituto do Rio de Janeiro em Parceria com pesquisadores da Universidade de Paris VI, na França.
A pesquisa é realizada a partir da retirada de uma pequena parte do câncer (glioblastoma), um tipo bastante agressivo e responsável por boa parte das mortes por esse tipo de doença. Um processo de cultura, em estufa sob agitação, leva à clonagem do tumor vivo, exatamente igual ao que estava no paciente. A técnica facilita a análise de cada parte da célula cancerígena, permitindo que se avalie a melhor maneira de combater a doença.
Segundo o diretor-científico do IEC e doutor em neurobiologia, Vivaldo Neto, estudar cada célula do tumor maligno, além de o conjunto de células e moléculas que são recrutadas ou liberadas pelas células tumorais dará agilidade para a cura do câncer. Os testes de reprodução já começaram a ser realizados em cobaias.
“O Instituto Estadual do Cérebro é referência nacional. É um orgulho ter na nossa rede um hospital que atende com excelência a população e ainda se dedica à pesquisa científica. Isso é fruto do investimento do Governo do Estado. Com a construção das enfermarias no prédio anexo, no ano passado, a unidade dobrou a quantidade de pacientes atendidos. São vidas que estão sendo salvas. Nossas pesquisas deixam um legado para a ciência, extrapolando as barreiras do estado, tendo destaque internacional”, declarou o governador Cláudio Castro.
A pesquisa é incentivada pelo Governo do Estado, que investiu cerca de R$ 20 milhões na ampliação da unidade. Somente nos primeiros cinco meses deste ano, o hospital realizou mais de 10 mil atendimentos a pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS). O número é cerca de 80% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram realizadas 5.532 consultas.
O aumento no número de atendimentos ocorreu após a ampliação. A unidade ganhou nova UTI pediátrica, enfermarias, ginásio de reabilitação com uma casa funcional, brinquedoteca, além de equipamentos de ponta. O encaminhamento para a unidade é feito por meio da Central Estadual de Regulação (CER).
Vale ressaltar que atualmente além da pesquisa inovadora no combate ao câncer, o IEC realiza pesquisas em diversas frentes, como a que testa o uso do vírus da Zika no combate a células de tumor. Também está em estudo a constatação da presença de microRNA em pacientes com epilepsia medicamentosa resistente.