A polêmica política do momento é a vontade do presidente Bolsonaro de indicar seu filho Eduardo para ser o embaixador do Brasil nos EUA. A controvérsia só se agravou quando o possível representante brasileiro em Washington afirmou que falar inglês, ter trabalhado fritando hambúrgueres no país e ser amigo dos filhos do presidente Trump seriam credenciais suficientes para sua nomeação.
Contudo, me parece que muito acima da questão dos hambúrgueres está a questão política. Nesse âmbito, creio que a indicação de Eduardo Bolsonaro é uma má ideia por diferentes fatores.
1 – vale lembrar que nos últimos anos ouvimos muito de algumas pessoas que nossa política externa não pode ser ideológica, não pode se subordinar a interesses doutrinários e políticos para agradar aliados. Seria preciso uma política externa focada nos interesses legítimos do Brasil, sejam comerciais ou geopolíticos, com firmeza, independência e profissionalismo. Concordo com isso. Não pode um governo fazer política externa como se fosse política partidária.
Mas quem dizia isso eram pessoas que apoiavam o candidato Bolsonaro e o faziam criticando o governo petista e a relação com Chávez. Na minha opinião esta nomeação de Eduardo agora seria fazer o mesmo que foi criticado, só que com sentido inverso. Não é positivo para o país termos uma escolha de importantíssimo embaixador focada em quesito familiar ou mero alinhamento ideológico.
2 como ficaria o diálogo do embaixador brasileiro com o governo americano caso Trump não seja reeleito e a oposição volte ao poder? Estariam prejudicadas as negociações pelo alinhamento exagerado com o governo anterior.
3 trata-se de uma afronta ao Itamaraty. Nossa diplomacia é reconhecida em todo o mundo por seu profissionalismo e preparo e o cargo de embaixador nos EUA é um dos mais importantes dessa área. Seria uma quebra de hierarquia um tanto irônica para quem celebra o militarismo.
4 seria aberto um perigoso precedente. Se no futuro o presidente brasileiro for de esquerda, o que diremos caso ele tente nomear um parente como embaixador?
Por fim, vale dizer que é verdade que alianças entre governos de diferentes países são naturais e muitas vezes positivas e sem dúvida é importante um representante nacional que possa tirar o melhor dessas alianças. Mas o foco precisa ser o interesse brasileiro e não uma admiração subjetiva ou, pior ainda, uma submissão sem contrapartidas.
Obviamente torço que, se a escolha se concretizar, sejamos todos surpreendidos positivamente e as probabilidades não se cumpram, ou seja, tenhamos um embaixador independente e competente. Mas o simbolismo da decisão já é negativo e dificilmente isso seria revertido.
É uma má ideia que ainda pode ser esquecida pelo presidente ou vetada pelo Senado Federal, que tem a prerrogativa de confirmar ou não a indicação de embaixadores. Acompanhemos enquanto fazemos uma reflexão: O que diriam os apoiadores mais fervorosos de Bolsonaro se Dilma indicasse o filho de Lula para embaixador na Venezuela?
Primeiro que se Lula ou Dilma indicasse um dos filhos, com certeza seria apenas um numero sem importância, pois não sabem falar nem o Português e só entende de roubar. Existiam 3 nomes para indicar a embaixador, 1 era de esquerda, o outro do PSDB e o Eduardo. Trump gosta de Eduardo que fala fluentemente o Inglês e o Espanhol, foi quase uma indicação do próprio Trump, outra que para ter livre acesso nos EUA não pode ter inclinações de idéias esquerdistas ou comunistas, lá não é Cuba, Venezuela ou Russia. Outra, foi um acordo para estreitar relacionamento entre os 2 países e é uma missão temporária visando facilitar a entrada do Brasil na OECD (procurem saber o que é OECD) que Bolsonaro quer muito e é de importância vital para as pretensões de investimento no Brasil. Nada melhor que uma pessoa de confiança do Presidente. O Brasil está no rumo certo, eu apoio totalmente.
Gado total vc né amigo! Fosse o contrário seria um crítico fervoroso.. o que está em jogo é a diplomacia brasileira e os interesses do Brasil. Um presidente que não admira a sua pátria, que bate continência para eles é tudo o que não precisamos. Já perdemos e iremos perder muito com estes alinhamentos.
Vide acordo com UE em um momento em que estamos enfraquecidos (juntamente com a Argentina), a indústria nacional, a agroindústria, a indústria vinícola, etc só tem a perder com este caminho neoliberal. Palavras do ministro da economia: nossos empresários são muitos acostumados, vamos jogá-los aos leões e observarmos do que são capazes… resultado? Seremos devorados facilmente pelo mercado internacional.. o lucro comercial, será drenado para quem já detém o poderio econômico, educacional e tecnológico global. Aguarde amigo Gado