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O telhado de um casarão histórico desabou parcialmente na tarde desta sexta-feira (31/01), na Rua Visconde do Rio Branco, no Centro do Rio. O imóvel, localizado no número 14 da via, exercia atividades comerciais. Ninguém ficou ferido. A Defesa Civil interditou o local, e a Subprefeitura foi acionada. Durante a vistoria, agentes identificaram um estacionamento irregular, uma sala de aula de música sem alvará e uma obra ilegal no terceiro andar. No local, também funcionava uma fábrica clandestina de falsificação de camisetas.
De acordo com as autoridades, o telhado desabou devido à construção irregular no terceiro andar. As intervenções ocorriam durante a madrugada para evitar fiscalização. A demolição e a limpeza da estrutura já começaram, mas o serviço não deve ser concluído hoje.
A Polícia Civil e a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) também participaram da ação. O responsável pela fábrica de produtos falsificados foi encaminhado à 5ª DP (Mem de Sá). Durante a operação, agentes apreenderam materiais falsificados relacionados à loja Liga Retrô. O proprietário da confecção não apresentou contrato com a empresa.
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O desabamento também atingiu a Delegacia da Mulher, ao lado do imóvel, levando à interdição do segundo andar. O expediente foi transferido para a 5ª DP.
Desabamentos não são novidade na região
Toda a região do Centro do Rio integra um conjunto de casarões que carregam a verdadeira história do Rio de Janeiro e que, nos últimos anos, tem recebido novos negócios dos mais diversos tipos e projetos da Prefeitura para revitalização. Porém, a região ainda enfrenta problemas com sobrados abandonados por seus proprietários e desabamentos recorrentes, como o caso da casa de Carmem Miranda, na Travessa do Comércio, número 13, próximo ao Arco do Teles, no coração do centro histórico da cidade, em uma área vizinha ao Paço Imperial, ao Chafariz do Mestre Valentim e à Igreja Lapa dos Mercadores.
Na mesma via, parte do casarão de número 19, de três andares, veio ao chão, causando sérios danos ao prédio vizinho (número 21), que foi atingido pelos escombros e pertence à Venerável Ordem de São Francisco da Penitência, sendo parcialmente destruído. Vale lembrar que, não faz nem um ano que outros dois casarões desabaram na Travessa do Comércio.
O DIÁRIO do RIO denunciou, na época, que o imóvel pertencia a empresa ALP Participações S/C Ltda, de Barra Mansa, no sul do estado, e foi adquirido em um leilão, realizado em 2018, por quase de R$ 900 mil . Sem qualquer atitude da empresa, a Prefeitura precisou intervir para que a região fosse reaberta ao público. O prédio vizinho, de número 17, também sofreu danos e segue sem reparos.
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Naquele momento, a Prefeitura prometeu arrecadar o imóvel de número 19 da Travessa do Comércio, tomou posse do imóvel e garantiu que realizaria os reparos. A decisão, que posteriormente se estendeu para uma gama de propriedades abandonadas do Centro, foi publicada em decreto no Diário Oficial. Contudo, apesar de alguns reparos na fachada e da colocação de escoras, o prédio segue sem manutenção adequada, assim como o vizinho.
No caso da casa de Carmem Miranda, o DIÁRIO DO RIO apurou que a propriedade pertence à empresa do setor imobiliário, a Arilucas, do advogado Alexandre Barreira. Em 2011, a companhia comprou o imóvel por cerca de R$ 1,1 milhão. O antigo sobrado estaria em fase de arrecadação pela Prefeitura, após mais de 10 anos de descaso e abandono, que resultaram na sua ruína; um processo foi iniciado pela subprefeitura do Centro e estaria parado na SMDEIS.
Em 2020, o DIÁRIO DO RIO já havia denunciado o descaso do poder público com os espaços históricos da cidade, alertando sobre a invasão e os atos de vandalismo na antiga casa de Carmem Miranda. O imóvel chegou a ser ocupado por uma quadrilha, mas a Guarda Municipal desfez a invasão e interditou o local. Desde então, diversas vistorias foram realizadas, mas a propriedade, que acumula quase R$ 250 mil em IPTU, continua deteriorada.
Quase 160 imóveis abandonados e o desafio da revitalização
O DIÁRIO DO RIO, em 2024, revelou que, após os desabamentos ocorridos em outubro de 2023, a Subprefeitura do Centro do Rio fez um levantamento que apontou 158 imóveis abandonados na região, muitos dos quais são casarões históricos, com forte vínculo com a história da cidade.
Nos últimos anos, o jornal tem denunciado o abandono de diversos prédios na área. Em 2021, por exemplo, uma reportagem revelou que muitos desses imóveis eram de responsabilidade Municipal, Estadual e Federal.
Em 2023, a Prefeitura garantiu que, por meio do Programa Reviver Centro Cultural, iria reformar casarões e sobrados abandonados de endereços históricos da região, como as do Ouvidor e Primeiro de Março, e transformá-los em centros culturais, como teatros e galerias de arte. A proposta visa dar um novo destino a imóveis abandonados, criando espaços culturais.
Alguns desses projetos já foram inaugurados. Além do QueeRIOca, a Casa Tucum, situada no número 30 da Rua do Rosário, também foi aberta ao público. O local, de caráter multidisciplinar, conta com galeria de arte, empório gastronômico e espaço para empreendedorismo indígena.
Vale destacar que, na reportagem do DIÁRIO DO RIO sobre o desabamento da casa de Carmen Miranda, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em nota enviada ao jornal, esclareceu e reforçou que a responsabilidade pela conservação de bens tombados é dos proprietários. Entretanto, o instituto afirmou que todos os responsáveis são devidamente notificados quanto à necessidade de manutenção e preservação desses imóveis.
A Lei da Gravidade é draconiana…
tinha que ser camisa do botafogo…
Muito impressiona , ser executada obra de construção de um terceiro pavimento à noite para fugir da fiscalização da prefeitura no imóvel que fica ao lado de uma Delegacia…
Nenhum policial ouvia barulho de obra à noite e suspeitou não?
Mais um caso entre tantos que as forças públicas não se comunicam.
O policial vê algo e fala: “ah, isso não é com a polícia.”
O funcionário da prefeitura vê algo e fala: “ah, isso não é da minha alçada, mas com a polícia.”
E ninguém aciona ninguém. Não há um canal comum de comunicação entre as forças públicas.
A chamada da reportagem diz atividades ilegais, achei q fosse prostituição, tráfico de drogas, mas aula de música sem alvará. Aff!
Acho esses casarões lindos! Lamentável o poder público não conservar.
Concordo com Marcel. Cada vez que vou ao Rio e vejo a degradação dos casarões, a sensação é desoladora. Quem não cuida sua história, entrega seu futuro.
O que vejo com esta revitalização do centro, é a oportunidade de alguns ganharem muito dinheiro. Não se pensa em melhorar o centro, reformar os casarões históricos, nem acabar com as ocupações irregulares. Nosso governante está enchendo o bolso e acabando com a nossa prefeitura. Nosso município está a merecer dos seus votantes e apoiadores. Na mensagem de Albero C ( nesta coluna). Está a realidade e confirmação do meu desabafo.
Se todos os imóveis de propriedade do poder público fossem utilizados adequadamente (inclusive com a correta manutenção), a bolha especulativa do mercado imobiliário seria bem menos nociva. O abandono de imóveis reduz a oferta geral, o que provoca alta dos preços – muita demanda e pouca oferta. É um processo totalmente artificial e proposital induzido por lobby de grandes especuladores, que têm influência nas administrações públicas (há muito dinheiro de empresários financiando campanhas eleitorais). É absurdo, por exemplo, o Estado ser proprietário de tantos imóveis mas pagar aluguel para instalar suas empresas e autarquias. Esse é o problema de haver empresários com poder para influenciar e decidir sobre os rumos das coisas. No nosso atual modelo, não há como ser diferente. A única saída é tirar 100% do poder dos milionários. Queremos, de fato, isso? Ou preferimos continuar lambendo os ovos de empresários pilantras? Vamos continuar repetindo a sandice de que o melhor é que a iniciativa privada tome conta de tudo?
Não é o tema aqui, mas outro mecanismo de manipulação da oferta de imóveis é esta onda de construção de novas edificações e conversão de prédios comerciais em pequenos apartamentos conjugados ou quarto&sala para aluguel por temporada, no modelo AirBnB. Isso é absurdo e sórdido. Quem terá força para barrar essa onda?
O dia que o Poder publicar aqui no Brasil fizer algo de produtivo, o fim do mundo estará próximo. Lembrem-se dos telefones fixos da Cetel e CTB, onde essas companhias públicas não funcionavam. Após a privatizações das Teles, tudo melhorou. O poder público não é voltado a população, mas a interesses de algumas pessoas que o utilizam para se promover…..
Essas pessoas são funcionários dos interessados em meter a mão gatuna nos bens que pertencem ao público. Cabe ao público tomar conta da administração pública e impedir que os gatunos milionários continuem sua farra.
O serviço de telefonia no Brasil é caro e tecnicamente atrasado. Usamos tecnologia obsoleta importada, portanto não é o melhor exemplo. O transporte coletivo no país melhorou? O serviço de saneamento básico? O setor elétrico é de ponta e eficiente? Qual o benefício para o povo em geral da exploração de minérios, além de uns poucos empregos gerados?
Marcel infelizmente, sai governo e entra governo e nada se resolve, sempre aparece nos noticiários casarões desabando, sendo invadidos e nada da Prefeitura dar uma solução.
Sobre imóveis sendo vendidos, empresários que se aproveitam da licença Reviver Centro e investem para esse tipo de negócio, como é o caso do Edifico Mesbla, recém comprado e o Edifício Viva a Noite, vendido pela própria prefeitura e está sendo transformados nos ditos “studios” para também serem alugados por temporada.
Possuo um casarão próximo ao Centro e tento vender a mais de 10 anos. O IPTU de um imóvel comercial desses é caríssimo, simplesmente não tenho como manter, como o Centro está degradado ninguém quer comprar ou alugar e o problema e a dívida vai aumentando como bola de neve.
Cremilda, faço minha suas palavras.
Henrique Aderne
A casa onde nasceu Machado de Assis na Ladeira do Livramento 77 Gamboa, virou um Cortiço.
Precisa fazer uma matéria sobre a casa onde nasceu Machado de Assis na Ladeira do Livramento 77 . Gamboa. A casa virou um Cortiço.
Há algumas décadas foi fomentado no centro do Rio, um projeto de restauração de casarões. Foi no governo Brizola. De lá pra cá algumas importantes restaurações foram feitas pelo governo federal e muitas ainda se encontram em verdadeiras ruínas em rico de caírem a qualquer momento e inclusive nos atingir grave e até fatalmente. O que esse prefeito exibindinho e esse governador gastão estão esperando para agilizarem um projeto decente para o plano urbanístico de nossa cidade?
A milícia tomar e colocar barricadas e abrir mais buracos nos impedindo o direito à cidadania?!