De acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira (15/01) no Blog do Berta, a Cedae pode compra de 273 toneladas de um tipo de argila utilizada para conter a proliferação de cianobactérias. O produto, chamado Phoslock, é comercializado no Brasil pela Hydroscience consultoria ambiental com sede no Rio Grande do Sul.
O custo das 273 toneladas do produto para a Cedae foi orçado em R$ 5,3 milhões. O valor final, porém, é de R$ 5,594 milhões porque leva em conta ainda a aplicação do produto.
Nos últimas semanas, os cariocas tem enfrentando problemas com a qualidade e consequentemente com consumo da água que tem apresentado gosto e coloração barrenta. Muitos moradores do Rio, inclusive, tiveram complicações intestinais em função das condições da água.
O chefe da Estação de Tratamento de Água Guandu, Júlio César Antunes, foi exonerado pela Cedae na noite desta terça-feira (14/01), após a crise no abastecimento de água do Rio de Janeiro que já dura duas semanas.
A companhia informou na semana passada que vai adotar em caráter permanente a aplicação de carvão ativado pulverizado no início do tratamento da água distribuída pelo reservatório do Guandu a grande parte da população do Rio de Janeiro.
A matéria do Blog do Berta diz ainda que, de acordo com proposta comercial enviada este mês pela empresa à Cedae, o custo do tratamento seria de R$ 5,594 milhões. A aplicação da argila seria feita em três etapas. A primeira, dez dias após a assinatura do contrato. As outras duas, num prazo de 30 a 60 dias.
No último dia 9/01, o presidente da Cedae, Hélio Cabral Moreira, enviou ofício ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) pedindo autorização para a aplicação do produto no Rio Guandu “em caráter de urgência”.
“Ressaltamos que esta é uma medida emergencial com intuito de combater a proliferação de cianobactérias, produtos da substância Geosmina, que não permite que a água fique insípida e inodora“, afirmou Moreira.
Em resposta à demanda da Cedae, o diretor de Segurança Hídrica e Qualidade Ambiebtal do Inea, Hélio Vanderlei Coelho Filho, afirmou em ofício, não ter restrições ao uso do produto desde que sejam cumpridas algumas condições:
“Fica autorizada a utilização do Phoslock na lagoa de acumulação à montante da captação da Estação de Tratamento do Guandu, condicionada ao envio pela Cedae de ensaio piloto com a utilização do produto e apresentação de relatório consolidado do referido ensaio ao Inea, assinado por responsável técnico e incluindo monitoramento dos parâmetros físico-químicos e ecotoxicológicos atestando a segurança ao meio ambiente a à saúde humana“.
Na proposta comercial enviada à Cedae, a Hydroscience apresenta o Phoslock como “uma argila ionicamente modificada capaz de reduzir o estoque de fósforo em ambientes aquáticos eutrofizados por meio da adsorção de íons de ortofosfato, principla nutriente responsável pelo crescimento excessivo do fitoplãncton e dominância de cianobactérias”.
A empresa já realizou esse tipo de procedimento em outras cinco cidades brasileiras: Belo Horizonte (recuperação da Lagoa da Pampulha); Salvador (Reservatório Joanes); Santa Cruz do Sul(RS) (Lago Dourado); Imbé(RS) (Lago do Ceclimar) e um caso de um lago ornamental em Caxias do Sul (RS).
No exterior, segundo a instituição, o Phoslock foi utilizado para a recuperação do Lago Serpentine para as Olimpíadas de Londres, além de casos na Alemanha, Escócia e Estados Unidos.