Centro: Coração da cidade às turras com a ordem pública

Denúncias da presença crescente de camelôs nas áreas de excelência do Centro mobilizam frequentadores da região; a prefeitura só estaria agindo se provocada.

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Camelôs dominam as ruas do centro do Rio | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

O Centro do Rio de Janeiro vem lutando para deixar de ser uma terra sem lei. Todos os dias inúmeros camelôs invadem as calçadas do Centro com produtos falsificados, gritaria ou som aos berros, desordem e ilegalidade. Na Avenida Rio Branco, perto do distrito Naval, caixas vazias deixadas pelos camelôs e sacos espalhados pelo chão fazem parte do visual da nossa ‘Cidade Maravilhosa’. Sem contar os restos de quentinhas atirados ao chão em todo Centro por mendigos e sem-tetos.

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Foto: DIÁRIO DO RIO

Washington Fajardo, arquiteto, urbanista e ex-secretário Planejamento Urbano do município do Rio de Janeiro, havia começado um projeto de urgência para restaurar a ordem na casa. Em uma reunião, no mês de abril de 2021, Fajardo, “pai da revitalização do Centro”, discutiu diversas ações, surgiu com força um projeto piloto de Tolerância Zero a ser aplicado inicialmente num quadrante da Avenida Rio Branco, entre a Cinelândia e o tradicional Edifício Avenida Central. Recebeu inicialmente grande apoio do prefeito, mas aparentemente nem tanto vem sendo feito, depois que o arquiteto deixou a prefeitura, em agosto.

A área inicialmente escolhida deveria ter virado “um brinco”, como brincou o Prefeito Eduardo Paes na época. Teriam cuidados especiais de Jardinagem, Conservação, Limpeza e Ordem Pública. De fato a conservação vem atuando fortemente, consertando o que é destruído diariamente por vândalos. Contudo, após a saída de Washington, aparentemente, os projetos de ordenamento parecem ter sido deixados de lado. E o Centro do Rio começa a retornar à bagunça generalizada. Ruínas de bancas de jornal caindo aos pedaços são mais de 15. Festanças bufas em praças que vêm ocasionando sujeira, barulho insuportável e danos ao patrimônio ocorrem semanalmente.

Estava previsto um combate mais sério à presença de vendedores ambulantes clandestinos na região. Isto não aconteceu, para desespero dos comerciantes. A própria Prefeitura do Rio informou que em 2021 apenas três ambulantes teriam licença para atuar na Avenida Rio Branco. A ideia era limpar a área, aos poucos, mas, também não aconteceu como prometido. A rua Uruguaiana – e não estamos falando da área do camelódromo – virou uma Feira de Acari de mercadoria falsificada, compra de ouro roubado e ocupação do espaço público por ambulantes em sua maioria, estrangeiros. Vários negócios formais fecharam suas portas.

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Centro é o coração cultural da cidade do Rio de Janeiro e reúne cerca de 60% dos empregos de carteira assinada da capital, tem valor comercial devido a sua proximidade ímpar a um aeroporto que se conecta às principais cidades brasileiras, e também é uma das regiões mais bem conectadas a em número de modais de transporte no mundo. Dados da SMPU provam que no Centro da Cidade, onde quer que você esteja, você está a 5 minutos de algum tipo de meio de transporte de massa. Contudo, segue praticamente jogado às traças, à mercê das vontades dos ambulantes ilegais, bancas de jornal abandonadas, mendigos, pedintes e compradores de ouro roubado.

A redação do DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a Subprefeitura do Centro, que enviou fotos comprovando que os camelôs ilegais fotografados pelos leitores foram retirados horas depois. A questão é se amanhã, estarão de volta. O cuidado precisa ser permanente.

A Secretaria de Ordem Pública, por meio da Guarda Municipal, informou ao DIÁRIO DO RIO que atua na ocupação de áreas de excelência urbana do Centro como a Praça Mahatma Gandhi, Boulevard Rio Branco, Buraco do Lume, Rua da Carioca, além de comboios da SEOP.

“A Secretaria de Ordem Pública, junto com a Guarda Municipal e outros órgãos de controle, faz ações diárias no Centro da cidade, tanto com ocupação do espaço público, quanto com patrulhamento, inclusive com apreensão de mercadorias ilegais. Realizamos essas operações diárias porque sabemos da importância dessa região para a recuperação econômica da cidade e continuaremos realizando esse trabalho de prevenção ao comercio irregular de mercadorias e de melhor utilização do espaço público”, afirma o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale.

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Rio Branco, em frente ao edifício Avenida Central. – Foto: SEOP

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