O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB-RJ) inaugurou no último sábado (19/11) uma nova mostra de longa duração sobre a história do dinheiro no Brasil e no mundo. A exposição “Do Sal ao Digital: O Dinheiro na Coleção Banco do Brasil”, instalada no quarto andar do prédio histórico, irá explorar a origem do dinheiro como mediador de trocas e trazer uma abordagem especial sobre o tema, com foco na história do Brasil dentro da complexa rede comercial global.
Por meio de notas, moedas e importantes documentos históricos do Brasil e do mundo, os visitantes poderão acompanhar a evolução dessa história desde centenas de séculos atrás até os tempos atuais, com a ampliação das transações digitais. “A relação das pessoas com a tecnologia atravessa a história da humanidade e a criação de mecanismos de troca está no cerne do desenvolvimento das sociedades.”, conta Sueli Voltarelli, Gerente Geral do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro.
Repleta de marcos e curiosidades, a exposição visa mostrar aos visitantes as complexas relações sociais, políticas e econômicas que envolvem a mediação das trocas entre as pessoas, povos e territórios ao longo do tempo. Para imergir o público nesta rica narrativa, a mostra vai apresentar mapas, atividades interativas, iconografia histórica, obras de arte contemporânea exclusivas, além de mais de 800 moedas e cédulas, com uma expografia dedicada a aproximar a relação do público com o tema.
Dentre alguns itens de destaque, estão: a histórica cédula de 500 cruzeiros, que comemorou os 150 anos da Independência do Brasil; a peça da Coroação de D. Pedro I, que nunca foi posta em circulação; e a moeda nacional conhecida como dobrão de 20 mil réis, de 1.724, uma das moedas de ouro mais pesadas da história, com 53,8 gramas. Para se ter uma ideia, a atual moeda de 1 real pesa menos que 8 gramas.
Dentre as novas obras estão As Galinhas dos Ovos de Ouro, de Victória Santiago; Stockage, da artista brasileira Luzia Simons; e algumas obras da série Mentalidade Colonial, do artista Julio Bittencourt, realizada a partir de uma pesquisa sobre cédulas e os personagens nelas representados. São destaques também duas obras comissionadas e produzidas especialmente para exposição: o Cruzeiro do Sul (Axé), de Tiago Sant’Ana, utilizando a coleção de moedas axé, emitidas em 1988, em comemoração ao centenário da abolição da escravatura dispostas em forma de cruzeiro do sul, em referência a constelação de mesmo nome; e Saldo Devedor, de Rodrigo Torres, que consiste em um diorama feito a partir de recortes de cédulas para representar os ciclos econômicos do Brasil e seu impacto sociocultural no território.
As Salas de Exposição
“Do Sal ao Digital: O Dinheiro na Coleção Banco do Brasil” ocupará uma área de 200 metros quadrados e será dividida em três núcleos, que vão explorar diferentes conceitos relacionados a moedas, valores, economia, território e identidade. A mostra é voltada ao público geral que quiser aprender mais sobre a história das moedas no Brasil e no mundo. De colecionadores e pessoas do universo da numismática a interessados por arte e história, e em especial ao público de escolas e instituições de ensino.
“O design da exposição traz uma leitura contemporânea para a coleção do Banco do Brasil. No último núcleo, por exemplo, teremos um letreiro de led de mais de 10 metros de comprimento que, ao invés de números em aceleração, como nas bolsas de valores, exibe frases que provocam o visitante a refletir sobre a relação da humanidade com o dinheiro. Além disso, o público vai encontrar um mobiliário expositivo desenhado para facilitar a leitura do acervo, com peças giratórias que permitem observar os dois lados de cédulas e lupas para ver detalhes das moedas exibidas.”, diz Diogo Rezende, diretor de arte do projeto e do Estúdio M’Baraká.
Para Isabel Seixas, sócia-fundadora do estúdio realizador do projeto, a nova exposição numismática do Banco do Brasil será uma oportunidade única para aprender e renovar o conhecimento sobre a história do dinheiro no Brasil. “Estamos expostos cotidianamente ao dinheiro e, talvez por isso, não nos damos conta de que cédulas e moedas carregam consigo uma carga de significados social e simbólica. São documentos históricos que evidenciam não apenas aspectos econômicos das sociedades, mas também políticos e socioculturais.”
- Serviço: “Do Sal ao Digital: O Dinheiro na Coleção Banco do Brasil”
- Abertura: 19 de novembro de 2022
- Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro
- Rua Primeiro de Março, 66 – 4º andar – Centro, Rio de Janeiro (RJ)
- Telefone: (21) 3808.2020
- Funcionamento: segundas, quartas, quintas, sextas e sábados, das 9h às 21h; domingos, das 9h às 20h (fecha às terças)
- Classificação Indicativa: Livre
- Entrada Franca.
- Informações sobre acessibilidade, estacionamento e outros serviços: bb.com.br/cultura