Cesar Maia conta como Ulysses Guimarães o ajudou a virar Prefeito do Rio

Candidato a vereador, Cesar Maia conta como Ulysses Guimarães o tira do PDT, leva para o PMDB e o ajuda a se eleger prefeito e iniciar um ciclo de 24 anos

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O vereador Cesar Maia (DEM) contou neste 5/11, via seu ex-blog (newsletter do ex-prefeito), como o então deputado federal Ulysses Guimarães o ajudou a sair do PDT, onde diz que havia uma convivência difícil com os outros deputados do partido, e ir para o PMDB.

Maia continua que, dessa conversa, gerou então sua 1ª candidatura a prefeita, o que levou a ser prefeito por 12 anos, e 2 secretários seus (Conde e Eduardo Paes) por outros 12 anos, ciclo quebrado com a eleição de Marcelo Crivella (Republicanos) em 2016. O que quebrou um ciclo, marcado pela importância da gestão, e abriu-se outro completamente diferente.

Segue o texto de hoje.

ULYSSES GUIMARÃES E O RIO!

Em abril de 1991, ainda deputado federal, fui convidado por dr. Ulysses Guimarães para acompanhá-lo a Sevilha, junto com o deputado Nelson Jobim e o senador Nelson Carneiro, em uma reunião conjunta dos Parlamentos Europeu e Latino-Americano.

Havia sido criado um ambiente de convivência difícil com deputados do PDT. Essas conversas de análise da situação nacional com o governo Collor começando a fazer água desdobraram-se para os estados, especialmente o Rio de Janeiro. Já em Brasília, as conversas tiveram curso e culminaram com minha integração à equipe do dr. Ulysses e à entrada na executiva nacional do PMDB como secretário de relações internacionais.

No Rio, a análise da situação política local teve curso na casa de Renato Archer. Tanto Ulysses como Archer insistiam que era fundamental alterar completamente o eixo político do triângulo Rio, Minas e São Paulo. Minas vivia o ciclo Newton Cardoso-Hélio Garcia, e São Paulo, Quércia-Fleury. No Rio, havia que superar o ciclo Brizola e dentro do PMDB fazer prevalecer as ideias dos “autênticos”

Para isso, dr. Ulysses insistia em minha candidatura a prefeito. Resisti, pois a minha condição de deputado economista me motivava estar na Câmara de Deputados. Dr. Ulysses disse que eu estaria junto com ele em momentos importantes antes e durante a campanha e que a candidatura viria com o respaldo aberto de seu grupo. Assim foi.

O primeiro ato antes da campanha de 1992 (era o início do processo de cassação de Collor) ocorreu com a visita do dr. Ulysses, me levando junto, à casa do jornalista Barbosa Lima Sobrinho para a primeira assinatura da petição pública ao Congresso de afastamento do presidente da República. As fotos ampliariam minha visibilidade política. Durante a campanha de 1992, em seguida à cobertura pela TV da CPI Collor, meu programa entrava com pronunciamentos do presidente da CPI, senador Amir Lando, e do presidente da Câmara, deputado Ibsen Pinheiro, além do deputado Ulysses Guimarães. Uma espécie de duplicação das imagens da CPI a que o Brasil assistia nos telejornais.

De meros 5% em pesquisas, veio a passagem para o segundo turno, inaugurada com fala do dr. Ulysses. Em seguida, a liderança. No meio do segundo turno, veio a tragédia da queda do helicóptero com Ulysses, Severo Gomes e esposas. Havia passado pelo Rio para reforçar minha campanha e seguiu para Angra. Veio a eleição e abriu-se um novo ciclo político no Rio, governar por 12 anos e dois secretários meus por mais 12.

Independentemente de valorações administrativas das diversas gestões, o fato é que na capital quebrou-se um ciclo, abriu-se outro de características muito diferentes. Na entrada da prefeitura do Rio, foi colocada por mim uma escultura com pedaços dos destroços do helicóptero que vitimou dr. Ulysses. Uma homenagem a quem mudou a política no Rio. 

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