Se confirmar as candidaturas de Fernando Gabeira (PV) e Cesar Maia (DEM) ao cargo de vereador do Rio de Janeiro em 2012, teremos em 2013 uma Câmara dos Vereadores de uma qualidade sem igual. Hoje Maia disse em entrevista para o site da Época que poderia ser candidato a vereador ano que vem.
O ex-prefeito será candidato se tiver nas pesquisas um potencial para uma grande votação, correspondente ao 2o ou 3o colocado na eleição para prefeito, não duvido, a votação entre os funcionários públicos seria altíssima. Leia o trecho da entrevista sobre sua candidatura:
ÉPOCA – E o interesse em se candidatar a vereador?
Maia – Eu acho que os políticos devem tomar muito cuidado quando querem se eternizar em cargos públicos. O (José) Sarney (PMDB-AP) podia estar dando enorme contribuição. Poderia ser mais um senador. Para que ser presidente do Senado? O cara foi presidente, deputado, governador… Para que a insistência na eternidade? 67 anos candidato a prefeito, assumindo quase com 68. Calma aí. Mas eu sou político. Pensei: como participar da política em uma cidade onde ganhei todas as eleições? Por que não o Poder Legislativo? Deputado federal, estadual honra. Vereador também honra. Vereador de uma cidade como o Rio tem um poder enorme. Posso colaborar muito. As Olimpíadas, por exemplo, estão a zero. Outra questão é a defesa da cidade contra a especulação imobiliária, irmã siamesa da favelização, que foi uma das marcas do meu governo. O prefeito precisa de fiscalização. Ele pode saber de alguma coisa, mas tenho certeza de que não sabe de tudo. Vou ser um vereador da cidade do Rio de Janeiro e para isso eu preciso ter uma votação que corresponda a um candidato majoritário. Tantos votos quanto o segundo ou terceiro candidato a prefeito.
ÉPOCA – Eleito vereador, na prática, o senhor não ficaria só dois anos? Em 2014 não se candidataria a deputado, senador?
Maia – A única coisa que me encanta hoje seria ser deputado no ParlaSul (Parlamento do Mercosul, Câmara Legislativa formada por membros de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Eu conheço todos os países da América Latina. Não estou falando só de Chile e Argentina. Falo de Honduras, Bolívia, Guatemala. Conheço a história de todos eles. É minha paixão. Leio todos os dias o Clarín e o La Nación. Mas como essa eleição deve ser só em 2014, quando perde importância, devido às várias eleições, vou me fixar na questão de vereador.
ÉPOCA – O senhor foi, em 2006, candidato natural do partido à Presidência da República. O senhor não acha que sair como candidato a vereador é sinal de derrocada para o DEM?
Maia – Acho que não. O (Eduardo) Suplicy (senador pelo PT-SP) foi candidato a vereador. Na Europa pode-se até acumular cargos na política local com outros. Mas acho que o partido está bem servido nessa mudança de geração que fez.