Na última terça-feira (30/07), em um dia chuvoso com a temperatura marcando 18°C, o Alba, um casarão centenário com restaurante e bar, localizado no tradicional bairro boêmio de Botafogo, recebeu pela primeira vez o evento “Chef por Um Dia“. Com uma decoração elegante e iluminação baixa que criou um ambiente acolhedor, o local abriu suas portas para o segundo jantar da quinta edição do evento, recebendo André e Júlia Florez, pai e filha, como chefs por um dia.
Com ingressos esgotados, os participantes tiveram a oportunidade de criar menus exclusivos e preparar pratos para o público. O objetivo foi proporcionar uma experiência memorável tanto para os chefs quanto para os convidados, e isso foi facilmente alcançado. Amigos, familiares e o público em geral puderam saborear um menu completo, criando memórias afetivas através de aromas, sabores e fotos em Polaroid. O DIÁRIO DO RIO experimentou, como entrada, um trio de bruschettas no ponto certo, crocantes e preparadas da forma mais fresca possível.
Para completar de maneira significativa a experiência, o prato principal trouxe um risoto de frutos do mar frescatto e como opção vegetariana o nhoque al pomodoro com burrata, cujo molho pomodoro estava na acidez perfeita, complementando a opção de drink oferecida. Para a sobremesa, os chefs escolheram um clássico das mesas brasileiras: mousse de chocolate. O prato, servido com uma apresentação impecável, conquistou o coração do DIÁRIO e encerrou a noite de maneira excelente. Pela pequena janela, que fazia parte do ambiente, foi possível observar o preparo cuidadoso dos pratos, um ponto chave que marcou a noite e despertou curiosidade sobre o processo de preparação.
Para a dupla pai e filha, a experiência foi um momento divertido e esclarecedor, oferecendo uma visão de como funciona uma cozinha profissional, longe do ambiente doméstico. Os chefs por um dia tiveram que preparar mais de 100 pratos na noite. A administradora, Júlia Florez, comentou sobre a iniciativa.
“Essa experiência é super legal. Estamos realmente vivendo um momento fora da cozinha de casa, algo completamente diferente. Entender os processos, ver como funciona uma cozinha profissional e como é possível preparar mais de 100 pratos por noite tem sido muito interessante. Cada momento traz uma nova experiência e é bem divertido. É uma pena que seja só um dia, fica aquele gostinho de quero mais”, disse Júlia.
O pai de Júlia, que se tornou chef por um dia para familiares, amigos e o público carioca, acrescenta que a palavra “diferente” e a diversão resumem bem o dia e concorda com o que a filha argumenta. “É diferente, o processo tudo é diferente. Uma coisa é fazer para seis em casa, aqui tivemos que fazer para mais de cem pessoas. Cozinhar para os amigos e ver todo mundo reunido é muito divertido e legal. E, principalmente, cozinhar com a minha filha ao meu lado é o melhor de tudo”, expõe André.
Com o intuito de aprimorar a vivência no evento, os cozinheiros selecionados passaram por um treinamento especial com chefs de prestígio. Logo após, foram apresentados à cozinha profissional do restaurante, onde tiveram acesso a ingredientes frescos e equipamentos de ponta. Além disso, participaram de um workshop exclusivo conduzido pelo chef japonês Meguru Baba, além de representantes de marcas patrocinadoras, como Frescatto, Pernod e Castas.
“O workshop vem para consagrar tudo. É o momento em que os chefs conhecem a casa, a equipe e realizam a verificação técnica. É um dos pontos mais importantes, pois a situação é muito diferente de cozinhar em casa. Esse momento é essencial e conta com o apoio total das marcas, que promovem oficinas que ajudam em todas as etapas”, afirmou um dos empresários responsáveis pelo projeto, Pedro H. Jasmim.
A ideia
O evento “Chef por Um Dia” é uma ideia dos empresários Pedro H. Jasmim e Fábio Zibenberg, sócios do Grupo Berlinn, e ocorre com sucesso desde 2019. Até o momento, mais de 2.200 pessoas participaram, com uma média de 82 presentes por evento e 6.700 pratos servidos. As últimas edições do evento aconteceram no Jockey Club Brasileiro e agora ganham um novo lar.
“O projeto é resultado de uma construção que fizemos ao longo dos últimos anos. É um trabalho que vem numa crescente; podemos perceber a evolução a cada momento. Já abrimos a venda sabendo que vai esgotar, conhecemos nosso potencial histórico. Mas, mesmo assim, cada noite é emocionante e especial. O grande diferencial desta edição é estar no Alba. Estamos felizes de poder abraçar o projeto em uma casa da qual somos sócios”, comenta Pedro H. Jasmim.
Segundo os empresários, a seleção para o projeto envolve um longo processo de entrevistas. Nesta quinta edição, mais de 300 pessoas se inscreveram. Durante processo, são considerados fatores como história na gastronomia e habilidades para preparar um jantar profissional. Cada detalhe é cuidadosamente avaliado até que os chefs finais sejam escolhidos.
“Nós traçamos um perfil ao longo das cinco temporadas para identificar o participante ideal. Buscamos alguém que não seja profissional da gastronomia, mas que tenha uma forte paixão pela culinária, como histórias de de cozinhar com a avó ou momentos especiais com o pai ou a mãe na cozinha. A ideia é trazer amadores com uma forte ligação emocional com a culinária, não profissionais ou donos de restaurantes. Já tivemos duplas de mãe e filha, amigos e irmãos. Pedro e eu também temos nossas próprias histórias na cozinha, o que enriquece nossa abordagem na seleção”, ressalta Fábio Zibenberg.
Os pratos do evento são escolhidos em conjunto com o chef convidado e o chef da casa. As sugestões do chef convidado são avaliadas quanto à viabilidade de preparação no restaurante, garantindo que o menu seja democrático e acessível, com opções vegetarianas incluídas. O objetivo é proporcionar liberdade aos chefs para que cozinhem pratos com os quais tenham familiaridade e afinidade, garantindo uma experiência autêntica e prazerosa para todos os participantes.
Sobre o público do festival, os organizadores acreditam que ele é, em grande parte, formado pelos convidados de cada chefe responsável pelos jantares. A cada evento, o perfil do público reflete as pessoas que o chefe selecionado traz consigo, que incluem colegas de trabalho, amigos e familiares. Embora exista uma comunidade de fãs dedicada que acompanha todas as edições do evento, a maior parte dos convidados de cada jantar realmente provém do círculo íntimo do chefe. Os empresários acham interessante observar a diversidade dos públicos, que varia em idade e interesses, proporcionando um recorte variado a cada edição do evento.
Próximos passos
Finalizando a entrevista com o DIÁRIO DO RIO, Flávio e Pedro compartilharam suas expectativas para o futuro do projeto. “Para as próximas edições, nosso objetivo é continuar evoluindo o projeto. Queremos explorar novos formatos e enfrentar novos desafios, sempre buscando crescer e melhorar. A ideia é não parar por aqui, mas trazer cada vez mais inovações para o Chef por Um Dia. Também temos muita vontade de levar o projeto para fora do Rio de Janeiro, ampliando ainda mais o alcance e o impacto do evento”, comentaram.
Vale ressaltar que os menus criados pelos chefs selecionados têm um valor fixo de R$150, que inclui entrada, prato principal e sobremesa. O cardápio oferece opções vegetarianas, além de bebidas para harmonizar, como vinhos, drinques e cerveja Stella Artois. As bebidas não estão inclusas no preço do ingresso.
Serão realizados 100 jantares por dia. Os bilhetes podem ser adquiridos pelo site da Ingresse. Confira a lista dos chefs selecionados: Patrick Lunau; Júlia Florez e André Florez; Paula Cruz; Bruno Langsdorff; Carolina Chevalier e Gabriel Lemos.
O DIÁRIO DO RIO também destaca o trabalho dos garçons e o atendimento durante o evento. O esforço e a dedicação da equipe são essenciais para o sucesso do evento, contribuindo de maneira significativa para a experiência proporcionada aos participantes.