Chicão Bulhões: Sem mais carimbos

Chicão Bulhões fala do retorno de vistos para turistas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão e o quanto isso pode impactar negativamente o Rio

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Foto: Reprodução

Recentemente, o país concedeu a cidadãos de países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão a possibilidade de entrar no Brasil sem a necessidade de solicitação de visto. A medida foi tomada sem que o País exigisse contrapartida, e é aí que está o argumento do governo para retomar a partir de outubro a exigência dos vistos.

No entanto, o setor de turismo já demonstrou receio com o impacto dessa medida, com razão! O Turismo movimenta muito dinheiro no mundo e no Brasil. Dados do World Travel & Tourism Council (WTTC) indicam que, em 2019, antes da pandemia, o turismo global movimentava mais de US$ 9 trilhões. O Rio, com seus cartões postais como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e a Praia de Copacabana, é um dos principais destino dos turistas estrangeiros e a primeira escolha dos brasileiros também. No ano passado, a cidade arrecadou, somente com o ISS de Turismo, quase R$ 180 milhões. O Réveillon e o Carnaval, juntos, impactaram a economia em mais de R$ 7 bilhões.

Porém, esse importante setor da economia sofreu baque com a pandemia, após já ter passado pela crise econômica em anos anteriores de recessão no Brasil. Só para termos noção do forte impacto, o Rio arrecadou em 2022, com impostos ligados às atividades de turismo, mais do que em 2020 e 2021 juntos, anos da crise sanitária. Agora que ajustamos as rotas e retomamos o caminho do crescimento, não é o momento de criar novas barreiras que possam impedir a expansão do setor.

Os grandes eventos realizados aqui – como o Carnaval, o Réveillon e o Rock in Rio – também têm capacidade de mobilizar um grande contingente de turistas estrangeiros e nacionais para a nossa cidade, movimentando a economia carioca. Assim, devemos receber com hospitalidade e facilitar a vinda daqueles que fazem da nossa cidade um importante polo turístico.

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Em maio, realizaremos no Riocentro o Web Summit Rio, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo que acontecerá pela primeira vez fora da Europa. A volta da exigência dos vistos, que deve acontecer em outubro, não atingirá os participantes do Web Summit, mas pode impactar o turismo de negócios em outros momentos, diminuindo os efeitos positivos das ações da Prefeitura para tornar o Rio mais atrativo. Para isso, é preciso atrair empresas e investidores e dificultar o trânsito de pessoas pelo país não é exatamente um atrativo. Pode dificultar que mais eventos como esse aconteçam e podem significar um freio na arrancada de setores da economia e no turismo de negócios.

Sabemos que turismo é divertimento, mas também é desenvolvimento econômico! Gera emprego e renda para as pessoas, além de receitas para o governo e negócios para as empresas. Devemos simplificar para que mais turistas venham para o Brasil e para o Rio, porta de entrada do nosso país. Precisamos de menos carimbo e de mais pessoas interessadas em desembarcar em nossa cultura, nosso povo, nossos atrativos econômicos, em nossa Cidade Maravilhosa!

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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1 COMENTÁRIO

  1. Sem visto, também aumentou o turismo sexual, os casos de pedofilia e tráfico. Essa liberação da necessidade de visto foi uma tentativa de conseguir o mesmo tratamento por parte destes países, o que não aconteceu. Resultado, o Brasileiro continua sendo tratado como um cachorro para entrar nos EUA, mas um pilantra americano pode vir aqui comer uma criança sem necessidade de ter visto aprovado. Tem de se pensar até onde esse incremento de turismo que o autor alega vale a pena ser mantido, em contrapartida dos males e prejuízos que causam

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