São Sebastião do Rio de Janeiro tem duas datas de comemoração. A do padroeiro, 20 de janeiro, e a da fundação do povoado, em 1º de março. A cidade já é original por aí: confusão por excesso de celebração!
Na segunda metade do século XVI, o acampamento militar erguido ao pé do morro Cara de Cão redobrava o seu ânimo guerreiro com as visões de São Sebastião estimulando o combate. Na disputa colonial, o santo tomava partido contra os calvinistas franceses. E os nativos, donos originários da terra, entravam como “bucha de canhão”…
Nosso padroeiro – e de outros 48 municípios no Brasil – é imagem desta cidade violenta e bela, bárbara e amorosa. Cidade surpreendente como seu santo protetor, amarrado a uma árvore e supliciado com flechas, por ter se rebelado contra o Imperador Diocleciano, perseguidor dos cristãos. Martirizado mas não morto! O jovem soldado romano sobreviveu à tortura, curado por uma pobre mulher, Lucina. Sebastião ainda teve vida e coragem para denunciar o Imperador, sendo por isso morto a pauladas, em 20 de janeiro de 288, aos 38 anos.
São Sebastião do Rio de Janeiro é assim: resistente, insolente, sofrida e heróica. O carioca Chico Buarque define: “Rio de ladeiras/ civilização encruzilhada/ cada ribanceira é uma nação”. Metrópole das 600 favelas no coração dos 154 bairros formais. O “ilegal” dentro do legal. São os territórios esquecidos pelo Poder Público, pequenas “nações” onde há dor e solidariedade, alegria, sensualidade, fantasia. Morada de trabalhador@s, que tocam a cidade e têm direito à ela!
Antes de chegar à estação derradeira, podemos encontrar horizontes e possibilidades: a grande urbi entre morro e mar “ainda pode se salvar”, se controlar a ganância capitalista de apropriação do espaço, da mercantilização padronizadora de tudo. O Rio não será uma “cidade submersa” se ocupar sua gente na produção cultural, esportiva e de lazer. Nos muitos serviços, na informática, nas telecomunicões, na microeletrônica, na Educação, na pesquisa científica.
O Rio ressurgirá estimulando iniciativas cooperativadas, familiares, artesanais. Com governo servidor, controlado pela sociedade em crescente organização, com vizinhos de rua e bairro unidos na defesa dos equipamentos coletivos e dessa natureza inigualável.
Eis o nosso novo “sebastianismo”: recuperar o espaço urbano e natural, em harmonia com as pessoas de bem, sem preconceitos, que aqui vivem. São Sebastião do Rio de Janeiro, mesmo flechada, não morre. Ela é nossa e nela reside uma “aldiresca” (e, por isso, imortal) esperança equilibrista! Valei-nos, São Tião! Protegei nossas florestas, Oxóssi!
Concordo mas um pequeno detalhe o que fazer na urna se só temos políticos incompetentes e gananciosos como esses que estão a dirigir o município e o estado .
Caro leitor, se você chegou até aqui depois de toda esta patacoada escrita pelo Sr. Alencar, saiba que o Rio de Janeiro chegou onde chegou após décadas e décadas governado por pessoas de matriz esquerdista e com ideário esquerdista. São pessoas antinegócios, anticapitalistas, que atravancam o desenvolvimento, gostam de impostos e que ficam repetindo igual papagaio a tal da “justiça social” sem dizer como fazer e como irá funcionar. No meio tempo, essa gente se mantém deputada, vereadora, governadora, etc…
Na próxima eleição, eleja gente que dê suporte ao ordenamento urbano e ao desenvolvimento econômico privado: as únicas coisas que vão nos tirar da pobreza e do atoleiro. Pare de acreditar que a solução sairá do Palácio Guanabara, da ALERJ, da Câmara de Vereadores ou do Centro Administrativo São Sebastião.