Chico Alencar: É preciso cuidado na volta às aulas no Rio

'A variante Delta, de carga viral mais elevada e, portanto, muito mais contagiosa, vem crescendo assustadoramente'

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Placa na entrada de uma escola municipal do Rio de Janeiro
Foto: Andrevuas

A luta diária contra a pandemia ainda está longe de terminar. A variante Delta, de carga viral mais elevada e, portanto, muito mais contagiosa, vem crescendo assustadoramente. Estudos realizados na Inglaterra mostraram que a concentração da Delta nas mucosas nasais chega a ser mil vezes maior do que a da variante Alfa. Para o Drauzio Varela, que divulgou os dados, uma coisa é certa: “em todos os países a que chegou uma variante mais contagiosa, houve aumento do número de casos, portanto de óbitos”, alertou o médico, na Folha de São Paulo.

A triste constatação é que, no Brasil, a grande maioria das internações hospitalares de pacientes com Covid é de pessoas ainda não vacinadas, o que nos leva a outra evidência: a vacina é o melhor antídoto contra a pandemia. Pela experiência mundial da luta contra o coronavírus, a maneira mais adequada de combatê-lo é aliar a vacinação ao distanciamento social, ao uso de máscaras e à higienização das mãos.

Infelizmente, não é o que acontece no Brasil. O culpado disso é o governo federal. Como a CPI da Pandemia vem mostrando a cada dia, há um misto de negacionismo, suspeitas de improbidade administrativa e curandeirismo na política de saúde do Palácio do Planalto. A compra de vacinas foi retardada ao máximo e nenhuma campanha educativa foi feita por qualquer órgão governamental. A vacinação anda a passos de cágado.

Enquanto o presidente brinca com a vida dos brasileiros e usa os antiquados veículos da brigada militar da Marinha para reafirmar seus arroubos autoritários, o vírus não perde tempo: a nova cepa Delta já é responsável por 50% dos casos de Covid em nossa cidade, que está com 95% dos leitos da rede do SUS ocupados.  

Foi por conta dessa realidade ainda precária em nossa cidade que um grupo de vereadores do PSOL e do PT, no qual me incluo, decidiu apoiar a luta dos profissionais da Educação do município. A ideia é pedir uma audiência urgente com o prefeito Eduardo Paes para discutir as seguintes prioridades, que constam de um documento elaborado pelo Sepe e pelo Movimento de Mães, Pais e Responsáveis pela Escola Pública Municipal Carioca (Movem-Rio).

1? – Segurança alimentar dos alunos no retorno às aulas presenciais

2? – O direito às aulas remotas e merenda escolar para os alunos que permanecerem em isolamento social.

3? – Condições sanitárias e protocolos mínimos para o funcionamento das unidades escolares.

4? – Protocolos para unidades escolares em área de vulnerabilidade social.

Os relatos sobre as condições precárias dos transportes públicos e o estado das escolas municipais são muito preocupantes. Em algumas escolas sequer existem janelas para garantir a ventilação adequada e inspetor para monitorar uso de máscaras.  Há denúncias de que a merenda está incompleta e de que a garotada só tem feijão, arroz e ovo para comer, um cardápio extremamente desbalanceado. O lanche é feito com biscoito ou pão seco, sem leite e sem manteiga. Diante desse quadro, a suspensão do cartão-merenda, pela Prefeitura do Rio, força o retorno compulsório às aulas presenciais dos alunos que dependem da merenda escolar para se alimentar. Vale lembrar, ainda, que a imunização dos profissionais de Educação não está completa, muitos não tomaram a segunda dose.

É fundamental, diante do quadro altamente contagioso da variante Delta, buscar medidas preventivas que assegurem as condições de saúde e os procedimentos sanitários necessários para preservação das vidas das crianças e dos profissionais da Educação.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Chico Alencar: É preciso cuidado na volta às aulas no Rio

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui