Um estudo recente da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que o Rio de Janeiro perde R$ 678 milhões anualmente devido ao tempo perdido em engarrafamentos provocados por chuvas fortes. A pesquisa, conduzida pelo doutorando Pedro Henrique Chaves Maia, utilizou dados de GPS de alta frequência dos ônibus da cidade e informações sobre a adesão ao transporte público entre 2017 e 2018.
A investigação abordou diversas dimensões do impacto das chuvas no sistema de transporte. Inicialmente, foi estimada a perda de velocidade dos ônibus, evidenciando como as chuvas intensas reduzem a eficiência do transporte público. A pesquisa também identificou gargalos específicos provocados pelas condições meteorológicas adversas, analisando detalhadamente como diferentes áreas da cidade são afetadas de maneira desigual.
Além disso, o estudo examinou como os passageiros ajustam seu comportamento em resposta às chuvas, observando uma diminuição no uso do transporte público durante chuvas moderadas. Por fim, foi realizada uma análise da eficácia das infraestruturas urbanas e das intervenções públicas na mitigação da perda de velocidade do trânsito, buscando identificar possíveis melhorias para enfrentar os desafios impostos pelas chuvas intensas.
Os resultados indicam que as áreas mais bem planejadas da cidade, como a Zona Sul e o Centro, enfrentam menos redução de velocidade em dias chuvosos. O estudo ressalta a necessidade urgente de aprimorar a infraestrutura de transporte e implementar estratégias mais eficazes de gestão de tráfego para minimizar os impactos das condições climáticas adversas na mobilidade urbana.