Comissão de Cultura da Alerj debate criação do Museu de Arquitetura Urbana do Catete

Segundo o projeto, o museu de percurso contempla áreas, espaços, edifícios e paisagens que retratem a diversidade arquitetônica no Catete, Glória e Flamengo

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Foto Cleomir Tavares/ Diario do Rio

Nesta terça-feira (13/04), a Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) reuniu especialistas e representantes de instituições ligadas à preservação do patrimônio cultural do Rio e ao turismo para debater o Projeto de Lei 3.535/21, que propõe a criação do Museu de Arquitetura Urbana, no Catete. O objetivo do projeto é valorizar o patrimônio histórico presente nos bairros da Glória, Catete, Largo do Machado e Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

O deputado Luiz Paulo (Cidadania), autor do texto, enfatizou a importância do debate e da construção coletiva do projeto: “É uma iniciativa que deve ser abraçada pelos órgãos do governo ligados à Cultura e ao Turismo, por empreendedores e, claro, pela própria Alerj, que tem interesse fundamental na história da nossa República. Vamos construir juntos esse projeto para que ele possa voltar à pauta da melhor forma possível”.

Para o historiador e um dos idealizadores do PL, André Ângulo, o projeto é fundamental para marcar a relevância da região para a vida cultural da cidade: “O Rio tem a chancela de Paisagem Cultural Urbana, concedida pela Unesco, em 2012; e a grande maioria das pessoas desconhece a importância desse tipo de reconhecimento. Iniciativas como essa permitem que a sociedade conheça a relevância de espaços como a região do Catete e acredito que essa é uma das maiores potencialidades desse projeto”.

O historiador da Alerj, Douglas Libório, que também participou da elaboração do PL, acredita que a criação do museu pode reforçar o laço afetivo dos cariocas com a região: “A cidade do Rio foi fundada nessa localidade. O projeto é uma resposta ao mito da decadência do bairro após a mudança da capital do país para Brasília. Essa iniciativa é importante para pensarmos nossa história, o “ser carioca”, e para reforçar nossos laços com a cidade“.

Recursos Orçamentários

O Subdiretor de Cultura da Alerj, Nelson Freitas, destacou que é imprescindível que haja sustentabilidade econômica para que o projeto seja realizado. “Estamos vivendo um período de crise e por isso, precisamos discutir com atenção a origem orçamentária da iniciativa. Ela é de extrema importância para o Rio e nossa perspectiva hoje é justamente identificar e fortalecer nosso patrimônio histórico, impulsionar o turismo nos espaços museológicos e estimular os vínculos da população com as instituições culturais”.

Da mesma forma, a presidenta do Conselho Federal de Museologia (Cofem), Rita de Cássia de Mattos, destacou a importância de se definir de forma clara a origem dos recursos financeiros para a execução do museu e sugeriu a presença de um museólogo no Comitê Gestor previsto pelo projeto de lei.

O projeto

De acordo com o projeto, o museu, que contemplaria áreas, espaços, edifícios e paisagens que retratem a diversidade arquitetônica carioca nos bairros (Glória, Catete, Largo do Machado e Flamengo), se tornaria um centro de referência para estudos sobre o desenvolvimento urbano e arquitetônico carioca, serviria como espaço para a expressão e para a manifestação cultural e promoveria o turismo de interesse histórico e arquitetônico.

Os pontos, espaços e construções do percurso seriam identificados em sua entrada através de uma placa com o selo do Museu de Arquitetura Urbana do Catete e um QR Code, que mostraria conteúdo histórico e arquitetônico do ponto de interesse.

O projeto define os pontos de percurso do museu, englobando Catete e os demais bairros de interesse. Confira:

  • Largo da Glória
  • Villa Aymoré
  • Igreja do Outeiro de Nossa Senhora da Glória
  • Memorial Getúlio Vargas
  • Hotel Glória
  • Edifício Milton
  • Antigo edifício sede da Manchete e Editora Bloch
  • Hotel Novo Mundo
  • Antigo prédio da União Nacional dos Estudantes (UNE)
  • Castelinho do Flamengo
  • Rua Benjamin Constant
  • Rua Santo Amaro
  • CIEP Presidente Tancredo Neves
  • Colégio Zaccaria
  • Rua Silveira Martins
  • Palácio do Catete (Museu da República)
  • Museu de Folclore Edison Carneiro
  • Conjunto arquitetônico do século XIX
  • Casarão Ameno Resedá
  • Rua Bento Lisboa
  • Antiga Faculdade de Direito
  • Antigo Cine Azteca
  • Centro Cultural Oi Futuro
  • IAB-RJ (Antiga Garagem de Bondes e Estação Telefônica)
  • Colégio Estadual Amaro Cavalcanti
  • Largo do Machado
  • Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória
  • Praça José de Alencar

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Comissão de Cultura da Alerj debate criação do Museu de Arquitetura Urbana do Catete
lapa dos mercadores 2024 Comissão de Cultura da Alerj debate criação do Museu de Arquitetura Urbana do Catete

1 COMENTÁRIO

  1. Acho digno e apoio mais do que nunca. Em tempos de pandemia, toda instituição cultural é bem vinda. No entanto, peço também encarecidamente à Comissão de Cultura da ALERJ que faça da Estação Leopoldina um Museu do Trem com fotos, acervo e curiosidades sobre trens e ferrovias do Brasil e do mundo. Um café e uma livraria ali também seria excelente. Devolva a Estação Leopoldina para os cariocas! Aquele prédio de arquitetura vitoriana merece uma revitalização e reforma imediata, é um pedacinho de Londres no centro do Rio que atualmente se encontra degradada e abandonada. Também queremos a abertura do Museu da Casa da Marquesa de Santos que se encontra fechado em São Cristóvão. Queremos a reformas destes locais e que sejam devolvidos ao público como instituições culturais e museus com acervos incríveis. Ou será que a Comissão de Cultura da ALERJ só se preocupa com Museus da Zona Sul?

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui