Com a proximidade do fim do ano, muitos responsáveis se veem às voltas com a escolha da escola dos filhos. Nesse momento, os pais ficam com dúvidas do que levar em conta: a escola é perto de casa? Oferece laboratório de robótica, ensino bilíngue e tem boa classificação de alunos no Enem? São muitas perguntas, mas não existe uma resposta certa. Afinal, não existe uma escola ideal – a que pode ser boa para uma família, pode não agradar a outra.
Por isso, na hora de escolher a melhor escola para os filhos, é preciso ficar atento a vários fatores. Para Marcia Frederico, psicóloga e consultora pedagógica do LIV, programa de educação socioemocional presente em mais de 700 escolas de todo o país, a família deve fazer uma autorreflexão e descobrir os pontos que são importantes para ela. “A ideia é elencar, colocar em ordem de prioridade, o que é essencial para essa família quando ela está pensando na educação dos filhos”, comenta Márcia.
O espaço físico e a política pedagógica são importantes, mas com as demandas atuais é necessário ampliar o olhar para além do ensino de disciplinas como português, matemática, história e geografia. É muito importante que a unidade escolar esteja alinhada com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece dez competências gerais que os alunos devem ter. Uma delas é a socioemocional.
Para Marcia Frederico esse ponto é muito importante e as famílias devem observar se a escola realmente tem um programa de educação socioemocional ou se ele está no currículo apenas de maneira pro forma. “Os responsáveis devem procurar saber como é trabalhada a questão socioemocional dentro da unidade, como é a formação dos professores para esse ponto e se os alunos têm sempre um espaço de fala e escuta seguro ou se há ações apenas pontuais. É importante analisar como a escola trata a parte relacional, a convivência, o desenvolvimento pessoal das habilidades individuais, como trabalha em equipe, quais são as propostas de atividades, entre outras”, explica a psicóloga e consultora pedagógica do LIV.
Outro cuidado é saber se há equilíbrio entre a educação digital e outras atividades que permitam a convivência entre alunos e se são abordadas questões éticas do mundo digital. Marcia lembra ainda que o espaço físico também deve ser um ponto de atenção dos pais. Ele deve ser seguro, oferecer espaço ao ar livre e permitir que sejam realizadas atividades que contribuam para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Uma dica é a família visitar a escola em diferentes horários para ver como as crianças se comportam, convivem com outros alunos e se têm espaço adequado para brincar, além de profissionais suficientes para orientá-las.
Por fim, ao escolher a escola do filho, os pais precisam saber se o espaço permite a participação ativa das famílias. Se têm, em seu corpo docente, uma equipe escolar diversa, pensando tanto na perspectiva racial, quanto de pessoas com deficiência, gêneros e etc. Mas é importante que essa diversidade também esteja presente em outros espaços da escola, como com os títulos oferecidos na biblioteca, por exemplo. Uma boa ideia é pegar referências com amigos que já têm filhos matriculados e estão satisfeitos. Indague e veja se o retorno está de acordo com o que você espera.