CPI dos Camarotes do Crivella encontra novos fatos estranhos

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As relações entre membros da gestão da Prefeitura de Crivella e os vencedores do Camarote da Prefeitura no Carnaval 2019, continuam aparecendo, além das que o Diário do Rio já mostrou anteriormente. A comissão da Câmara dos Vereadores investiga suposto favorecimento nos leilões dos camarotes da Prefeitura no carnaval de 2019. O valor mínimo estipulado para o lance inicial, de R$ 500 mil, foi reduzido em 75%, tendo sido arrematado por R$ 125 mil. E ontem, 4ª, 5 de junho, ouviu na na qualidade de testemunhas, a ex-subsecretária de comunicação da Prefeitura, Inni Vargas, e o secretário especial, Ailton Cardoso Silva.

Inni Vargas afirmou ter recebido uma ligação via Whatsapp de Wagner Luiz Pereira Lima, da empresa vencedora do certame, Lockerblind, pedindo para ela auxiliar a assessora de imprensa, Alexandra Boechat, a fazer um aviso de pauta sobre os serviços a serem oferecidos pelo camarote R-10 Samba Dreams. Inni disse nunca ter visto Wagner nem Alexandra. Segundo ela, seu nome foi indicado por alguém que ela desconhece e que trocou seu serviço por sete ingressos para assistir ao grupo de acesso no dia 1º março.

Questionada como pode ter prestado um serviço para alguém desconhecido, sem saber quem referendara seu nome e se os ingressos dados em troca valiam seu trabalho Inni disse que apenas prestou o serviço por lhe ser prático. Uma vez que ela gostaria de comemorar seu aniversário com amigos na Sapucaí a oferta lhe pareceu justa, tendo, então, aceitado o trabalho. Questionada se viu algum servidor da Prefeitura no camarote, afirmou que não, apenas Daniel Pereira, seu substituto no cargo. Inquirida sobre o grau de relacionamento com o assessor-chefe do gabinete do prefeito, Isaias Zavarise, respondeu que é o mesmo que tem com toda a equipe de Crivella, com quem trabalhou por mais de dez anos.

Já Ailton Cardoso Silva foi perguntado sobre como se deu o processo licitatório, quem determinou o leilão e como foram definidos os valores de corte para que o camarote terminasse sendo vendido por um valor muito abaixo do mercado. Ailton alegou que toda tramitação não passou pelo gabinete da Prefeitura, não podendo dar detalhes. Que apenas foi consultado sobre uma cláusula específica de corte de valores sobre a qual se posicionou contrariamente.

Ailton esclareceu que chegou a chamar a atenção de Alexandre Gonçalves de Souza, presidente da Comissão Especial de Seleção que promoveu o processo seletivo, que a tramitação do processo não deveria se dar pela chefia de gabinete, e sim pela Casa Civil. Sobre uma troca de mensagens informada à CPI entre Isaias Zavarise e Alexandre Gonçalves, na qual Ailton é citado por Zavarise como interessado na tramitação do processo, o depoente negou qualquer participação, alegando que qualquer opinião dele sobre esse diálogo poderia configurar denúncia caluniosa.

Acho que as duas testemunhas de hoje, mais uma vez, levantam suspeitas sobre o processo que precisam ser aprofundadas. Inni Vargas é a segunda profissional que vem aqui nesta CPI e diz que não recebeu nada pelo trabalho realizado. Isso precisa ser esclarecido. Quanto ao depoimento de Ailton, o que chama a atenção é entender por que o Isaias usou o nome dele para falar com o pregoeiro Alexandre Gonçalves. Há indícios de que todos os concorrentes do leilão se conheciam e que a Prefeitura conduziu o processo de forma nebulosa”, adiantou Tarcísio Motta.

Rosa Fernandes avalia que os depoimentos até agora colhidos apresentam muitas contradições. “A cada oitiva sentimos a necessidade de reconvocar as pessoas para esclarecermos pontos duvidosos. Chegaremos ao ponto de realizar acareações para que a verdade possa prevalecer. Faltam pedaços de um quebra-cabeça para que possamos compreender o que de fato aconteceu“, concluiu.

Na quinta-feira (6) será ouvido Gilvandro Matos, sócio de uma das empresas que não deu nenhum lance em nenhuma etapa da licitação, mas acompanhou o empresário vencedor em reuniões na Prefeitura e aparece como o responsável pelas vendas dos ingressos no site de serviços Peixe Urbano.

Há quem diga que a situação de Marcelo Crivella na CPI dos Camarotes é tão ruim, e com tanta história mal explicada, que pode gerar outro pedido de impeachment.

A Comissão é composta pelos vereadores Rosa Fernandes (MDB), presidente; Átila A. Nunes(MDB), relator;  Marcello Siciliano (PHS), Marcelo Arar (PTB) e Tarcísio Motta (PSOL); membros, e Teresa Bergher (PSDB), suplente.

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