Eu era bem criança quando conheci o jogo Mortal Kombat nos fliperamas de Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro. Para a época era extremamente violento, com sangue jorrando e os famigerados fatalities.
Era um sucesso, um fenômeno, e começou a rivalizar com Street Fighter, o qual já estava em sua segunda edição. Até que saiu o primeiro filme de Mortal Kombat, em 1995. Bem tosco e infantil, assim como sua sequência. O jogo seguiu sua jornada (o onze ganhou lançamento em 2019), bem como muitas animações (boas) e séries (fracas).
Esse jornalista que vos fala viu o filme antes da estreia, a qual ocorre no próximo dia 20 de maio, a convite da Warner, para realizar essa crítica. Foi no IMAX da rede UCI. Impressionante a diferença de ver em uma sala de cinema imponente e a falta que faz poder apreciar a Sétima Arte com liberdade. Favorece totalmente a imersão, ainda mais nessa película cujos efeitos especiais são de qualidade, provavelmente a maior virtude desse filme que teve recorde de lançamento no streaming, na HBO Max. Registrou 3,8 milhões de exibições em seus primeiros cinco dias na plataforma.
Finish Him
A princípio, a sequência inicial é empolgante, com tom de aventura, vingança e violência. Mas já percebemos como os diálogos seguirão pela artificialidade extrema, bem bregas, sem criatividade, afinal, é tudo somente desculpa para as lutas. A direção de arte respeita os personagens. Porém, o roteiro de Greg Russo (planejou uma trilogia) e Dave Callaham é muito fraco, preguiçoso, e, especialmente no meio do filme, se arrasta e dá sono. Um filme de luta, com o nome de “combate mortal” não pode dar sono em momento algum. Tem que ser frenético.
A direção de Simon McQuoid é falha, simplória. O protagonista Cole Young (Lewis Tan) é desnecessário e sem carisma. No geral, o elenco está mal, mas a culpa é do diretor também. Os clichês são praticamente infinitos. A gente sabe quase tudo que vai acontecer. Mas, afinal, é a proposta do filme: lutas, raios, magias, heróis contra vilões. Você não está indo ver um filme do Almodóvar, o objetivo não é refletir. Sendo assim, Mortal Kombat pode fornecer diversão, principalmente se não houver grandes expectativas.
Muitos dos clássicos golpes estão lá e diversas referências ao jogo, o famoso fan service, fluem, nem sempre de forma natural, durante a exibição. Nostalgia? Tem.
O único personagem que realmente se destaca é o Kano, pelo ator Josh Lawson. De longe, responsável pelos momentos mais engraçados e humorísticos. Além disso, a rivalidade clássica entre Scorpion e Sub-zero surge desde os logos iniciais (gelo e fogo) até o clímax.
Por fim, Mortal Kombat segue ultrapassando gerações e é o tipo de filme pipoca para ver na tela do cinema. A previsão de lançamento nos cinemas brasileiros é para 20 de maio de 2021, com distribuição mundial pela Warner Bros. Pictures.