Crítica teatral: Pluft o Fantasminha

Maria Clara Machado faria 100 anos

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De roupa nova, cabelo bem penteadinho. A mãozinha suada. Nossa! Vou viver o momento mais importante da minha vida: ir ao Tablado ver Pluft. Isso me aconteceu em 1964. E consegui, agora, reviver exatamente essa emoção. Vou torcer por Maribel, vou sentir medo junto com Pluft. Vou rir das trapalhadas dos 3 marinheiros. E vou querer comer o pastel de vento da Mãe-Fantasma.

A  encenação de Pluft, o Fantasminha traz um elenco estelar, todos “crias” do Tablado e legítimos herdeiros e sucessores do grupo criado por Maria Clara Machado na década de 50. Dirigido por Cacá Mourthé, com Cláudia Abreu como Pluft, Maria Clara Gueiros como Mãe Fantasma e Miriam Freeland como Maribel, Pluft de agora recria, com a mesma intensidade, a enorme empatia com a plateia, ao antepor os medos primários infantis (de não ser aceito pelo outro, de não conseguir respeitar a autoridade) com a boa e eterna luta do bem contra o mal.

“O Pluft, de Maria Clara Machado, fruto de um talento amorosamente dedicado ao teatro e cheio de ternura pela vida, cada vez que se apresenta, desperta em meninos e meninas uma centelha de poesia de que eles não suspeitavam, e reaviva em homens e mulheres uma pueril e deliciosa conformidade com os poderes da imaginação.” (Carlos Drummond de Andrade).

As meninas ainda levam as bonecas; os meninos, o espanto no olhar; as mães, a ansiedade do será que ele vai gostar tanto quanto eu? A plateia bate palmas, ri, agarra-se nas cadeiras, com medo do Perna-de-Pau, torce, respira aliviada, e tem um encontro com os melhores sentimentos que o ser humano pode vivenciar: vencer as diferenças, ser solidário, ser fiel e, mais do que tudo, ser estonteantemente feliz Mesmo na quarentena. Obrigada, Maria Clara Machado!

Serviço:

espetaculosonline.com

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Jornalista, publicitária, professora universitária de Comunicação, Doutora em Literatura, Bacharel em Direito, gestora cultural e de marcas. Mãe do João e do Chico, avó da Rosa e do Nuno. Com os olhos e os ouvidos sempre ligados no mundo e um nariz arrebitado que não abaixa por nada.

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