O calor deixa muita gente irritada. Mas no Rio de Janeiro acontece tanta coisa estranha que tem gente irritada para continuar sentindo (muito) calor e levando a fama por tal. Explico: alguns moradores dos bairros de Bangu e Irajá entraram numa birra (porque “treta” é coisa de paulista) para saber quem mora no bairro mais quente da cidade. Com o perdão do trocadilho, o clima esquentou.
Como destacou a matéria feita pela jornalista do DIÁRIO DO RIO, Larissa Ventura, Bangu sempre foi a referência dos dias mais quentes no Rio, mas, desde 2004, o bairro não tem uma estação para medir a temperatura. Já Irajá é, oficialmente, o “campeão do calor carioca”, pois é a estação que vem registrando as temperaturas mais elevadas.
No último dia 02/10/2020, um recorde de alta temperatura na cidade: o bairro de Irajá, às 15h15, chegou a ter 46,3°.
O RJTV, da rede Globo, colocou termômetros em Irajá e Bangu para saber qual lugar mais quente. Bangu deu goleada: 48 graus de sensação térmica.
Confusão nos termômetros e nas esquentadinhas redes sociais. Muitas postagens, cada um defendendo seu bairro (fogo) amigo.
Dá para entender essa briga? Vale a pena segurar esse troféu em forma de batata quente? “Ao vencedor as batatas!”, dizia Quincas Borba, personagem de Machado de Assis. Batatas ou ovos, que cozinham ou fritam sem ajuda de panelas nos dois calorosos bairros cariocas.
Para encerrar a confusão e continuar com as referências literárias, cito Luis Fernando Verissimo: “Fazia um calor brasileiro, como dizem no Senegal”. Não briguem moradores de Bangu e Irajá. Tem calor para todo mundo. E como.