Sempre que recebo amigos ou parentes de outros estados, eu sou levado a visitar algum dos mais famosos pontos turísticos da cidade. Por tabela, normalmente, acabo levando amigos cariocas, que em muitos casos, também não conhecem o determinado e badalado ponto turístico escolhido para a visita da vez.
Por essas e outras, acabei conhecendo a maioria esmagadora dos locais marcantes e turísticos da nossa cidade. Entretanto, não faço parte de uma maioria. Nós, cariocas, somos bandeirantes às avessas. Conhecemos o Rio através dos olhos dos outros.
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais retratadas, visitadas e turísticas do mundo. Porém, em uma pesquisa recente, foi divulgado que cinquenta por cento dos cariocas nunca foram ao Pão de Açúcar. Quarenta e cinco por cento das pessoas que nasceram no Rio ainda não visitaram o Jardim Botânico. Será que esse pessoal todo não tem parentes e amigos que moram fora do Rio? Se quiserem, indico alguns.
É muito comum ter amigos, colegas de trabalho, vizinhos e parentes cariocas, ou que moram no Rio há anos, que nunca foram ao Maracanã, à Praia de Copacabana, à Lapa, à Lagoa Rodrigo de Freitas, à Floresta da Tijuca, entre tantos.
Um exemplo é quando tem um grande evento na cidade. As pessoas falam: “Vamos lá, vai estar cheio de gringo, gente de outras cidades”, se referindo a algum acontecimento que rola em um ponto turístico carioca. Ponto turístico que poderia ser visitado sempre, sem a necessidade de uma invasão estrangeira.
A atual prefeitura (que às vezes parece turista na própria cidade) lançou, em junho deste ano, um projeto para incentivar que o carioca conheça melhor o Rio de Janeiro. Incentivo público é importante, até porque, em alguns casos, é caro conhecer certos pontos turísticos do Rio. Até receber parentes e amigos juntos sai mais em conta.
Importante mesmo é incentivar o turismo. Movimenta a economia da cidade, gera empregos, possibilita pessoas conhecerem nossas belezas e traz parentes e amigos de fora do Rio de Janeiro para cá. Com isso, nós, cariocas, passamos a turistar em nossas próprias maravilhas, também. Devemos e merecemos, né? Já pagamos preço de turista, mesmo.