Na manhã da última quarta-feira (09/09), após uma determinação judicial, a Polícia Militar despejou 28 famílias de um edifício localizado na Rua Ramalho Ortigão, na região central do Rio de Janeiro. O prédio, que sediou durante décadas a conhecida papelaria “Casa Cruz” havia sido invadido há 10 meses por adultos e crianças. Como o DIÁRIO tem noticiado seguidamente, uma onda de invasões a imóveis particulares tem ocorrido no Centro da Cidade e até em bairros da Zona Sul.
De acordo com Keli Ambrósio, de 38 anos, que habitava o imóvel desde o dia 04/01, no local, além dos adultos, viveriam cerca de 40 crianças. Segundo ela, não houve tempo hábil dado pela Justiça para que as pessoas saíssem. Keli disse, ainda, que a Prefeitura do Rio ainda não disponibilizou outro lugar fixo para que os despejados possam ficar.
Segundo a Polícia Militar, o despejo aconteceu cumprindo determinação do Poder Judiciário, sem haver qualquer tipo de agressão ou resistência por parte das pessoas que foram retiradas.
“As gangues de invasores de imóveis têm causado prejuízos a diversas propriedades particulares”, disse Adriano Nascimento, gerente predial da administradora Sergio Castro. “Muitos clientes nossos têm contratado alarmes e seguranças particulares para evitar a ação dos invasores, que destroem os imóveis, arrancam portas, janelas, louças sanitárias e agem como verdadeiros gafanhotos”, completa. “Eles têm que agir rápido pois sabem que os imóveis têm donos, e que o despejo é inevitável. Então depenam as propriedades, levando desde fios e canos até madeiras nobres comuns nos prédios históricos, como o pinho de riga”. Há poucos meses, conforme noticiamos aqui, a casa tombada onde morou Carmen Miranda, no Arco do Teles, sofreu com este tipo de invasão, em que até os forros foram furtados pelos malfeitores.
Já a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMASDH) alegou que não foi comunicada previamente pelos órgãos responsáveis que a ação aconteceria. No entanto, mesmo assim, optou por enviar agentes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e também membros do Conselho Tutelar. Além disso, informou que irá acolher as famílias despejadas.