CUP: a faculdade inovadora criada em Jacarepaguá nos anos 1970

Os professores não eram pagos por hora-aula, mas por tempo, e havia um estímulo para a produção de pesquisa. Os cursos oferecidos eram Letras, Jornalismo e Turismo

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Foto: Reprodução Facebook

“Aqui era tudo mato”. É comum ouvirmos essa frase a respeito de lugares que demoraram um pouco mais para se desenvolver de forma mais comum. Pois bem. Quando o Centro Unificado Profissional (CUP), faculdade criada pela professora Amélia Lacombe,  foi oficializada em julho de 1974 e começou a funcionar em Jacarepaguá, de fato, a região era quase rural.

O CUP surgiu de uma dissidência com a PUC/RJ. “Não conheço as razões que a levaram a romper com a direção da Pontifícia Universidade Católica. Sei apenas que a elegante e excelente professora de português, autora de vários livros, retirou-se da PUC e decidiu criar uma faculdade em Jacarepaguá. Convidou um time jovem de professores, a maioria terminando a pós-graduação, e alguns profissionais já reconhecidos em suas áreas”, escreveu Yvonne Maggie, no G1, em abril de 2013.

O lugar escolhido, um casarão na Rua Albano, 319, não foi o único ponto inovador da faculdade. O Centro Unificado Profissional possibilitou a formação de jovens de todos os lados da Região Metropolitana, desviando o domínio da Zona Sul e do Centro nesse quesito. Vinha gente da Baixada Fluminense, da Zona Norte, da Zona Oeste e de todas as classes estudar.

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Os professores não eram pagos por hora-aula, mas por tempo, e havia um estímulo para a produção de pesquisa. Os cursos oferecidos eram Letras, Jornalismo e Turismo. No corpo docente estavam nomes como Sergio Santeiro, Hugo Denizar, Luiz Gleizer, Luiz Werneck Vianna, José Luiz Werneck da Silva, Ana Arruda Calado, Luiz Eduardo Soares, Alice Rangel de Paiva Abreu, Tania Salem, Ronaldo Macedo, Ana Maria Lopes Pereira, a Aninha, Leonel Kaz, Eulália Lobo, Luiz Costa Lima, Renan Tavares, Armando Strozemberg, Helena Lewin, Marcia Wanderley, Jorge Wanderley, Newton Carlos, Janio de Freitas, Adauto Novaes, Beatriz Rezende, Anita Sinkevicius, Luis Paulo Moita Lopes,  Godofredo de Oliveira Neto e tantos outros.

“Quando digo oásis, falo no sentido de um espaço de sombra, de água, de luz e de liberdade. Foi a liberdade produzida por Amélia Lacombe que não nos exigia nada além de fazermos bem o nosso trabalho, o que significava exercer nossa criatividade. Os estudantes imediatamente compreendiam o sentido da história. Sabiam que era difícil ter essa experiência fora daquele espaço cheio de laboratórios e repleto de gente ousada”, escreveu Yvonne Maggie.

Contudo, apesar de toda inovação e qualidade no ensino, Centro Unificado Profissional encerrou suas atividades no início dos anos 1980. Em 1982, a Faculdade da Cidade resultou da integração de cinco instituições de ensino superior. O ponto de partida foi o CUP, que se associou à Faculdade Brasileiro de Almeida, de Ipanema. O legado para a educação ficou nos alunos, professores e lembranças.

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