Dani Monteiro: A longa festa dos 50 anos de Hip-Hop no Brasil

Frente Parlamentar em Defesa do Hip-Hop é instalada na Alerj com o objetivo de ampliar o alcance da manifestação artística e cultural em solo fluminense

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Foto: @andre.edgard


Para começo de conversa, vamos combinar que, mais do que um gênero musical, o hip-hop, esse movimento cultural que nasceu nos subúrbios de Nova York, na década de 1970, e rapidamente se espalhou pelo mundo como expressão artística capaz de promover muito além da diversão e da expressão artística. Com suas formas singulares, adaptou-se às diferentes realidades. No Brasil, ganhamos um ritmo que abarca sensibilidades suficientes para se denunciar, pela arte, as desigualdades que nos marcam e nos afligem.

Ao longo das últimas cinco décadas, o hip-hop brasileiro se tornou uma voz poderosa pela inclusão, especialmente das comunidades marginalizadas. O impacto, podemos sentir muito além dos palcos e das rodas.

Como bem sabemos, o solo brasileiro é incontestavelmente fértil, inclusive na adversidade. No caso do hip-hop, a vasta diversidade cultural e as profundas disparidades sociais ajudaram a criar o ambiente para os elementos que fundamentam o gênero. Assim, a música, a dança, a arte visual, a produção musical e, por fim, o conhecimento envolvido em todo esse processo promoveram uma cultura tão multifacetada ao ponto de abarcar diversas camadas da sociedade. Imagine o Rio de Janeiro e sua efervescência na década de 1980, quando as primeiras músicas chegavam ainda em fita cassete, essa tecnologia que a minha geração quase desconhece. Olhe para o Rio de Janeiro agora e você verá o esforço que as juventudes fazem pelo para promover as mudanças de que tanto precisamos como sociedade.

No embalo das rodas, se espraiando pelas beiradas, nas periferias, o hip-hop virou, além de mania, uma forma de expressão de realidades e desejos. O impacto social e político de tanto balanço e poesia reunidos ecoam ainda hoje. As favelas e comunidades que o digam, pois mais do que um canal de empoderamento, conscientização e resistência, o hip-hop contribui para uma melhor compreensão do que nos cerca.

À medida que o hip-hop entra em uma nova fase de sua trajetória, é essencial reconhecer e valorizar seu impacto em nossa cultura e a sua capacidade de inspirar mudanças.

Não à toa, criamos a Frente Parlamentar em Defesa do Hip-Hop, um espaço para garantir que artistas como Kaê Guajajara, Edd Wheeler, Shackal, Taz Mureb e Xandy MC tenham o devido reconhecimento e garantia de espaço para expressão. Trata-se de uma articulação do movimento e de deputados estaduais, com o objetivo de ampliar o alcance da manifestação artística e cultural em solo fluminense, e também fortalecer a luta pelos direitos das juventudes negra e periférica do estado.

Com a Frente, teremos força para cobrar a regulamentação das leis já criadas, assim como produzir novos projetos de acordo com as demandas que eles trarão. Diálogo e ação na mesma iniciativa. É importante que a Alerj abra as portas para um movimento tão expressivo e representante de boa parte da juventude fluminense.

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