Quatro anos passam rápido. Quando se tem uma tarefa com período determinado, como é o caso do parlamento, o tempo parece um aliado, mas deixa impressão de que voa. Por sorte, eu não estou só. Meu mandato é coletivo, uma junção de forças e competências distintas, a maior parte preta e jovem, como eu. Hoje é o dia escolhido para prestarmos conta do que fizemos até aqui, em que pautas nos envolvemos, em defesa de quem atuamos, os resultados que obtivemos. Para isso, vamos puxar as cadeiras e promover uma grande roda de conversas.
Convido você, que me lê agora, para ouvir as histórias que gente como a ativista Mônica Cunha, o produtor cultural Gustavo Nobre, a incansável Ivanete Silva e Ya Nitinha têm para nos contar. A lista de convidados, donos de histórias que, de alguma forma, atravessaram o nosso mandato, é extensa. Virá gente de Valença, de Petrópolis, de Cabo Frio, de Itaperuna, de todas as regiões que percorremos nesses três anos e meio. Virão professores, artistas, advogados, entregadores, estudantes, gente que agora cozinha para vender quentinha no almoço porque só assim garante a janta. É assim que entendo que se promovem encontros verdadeiros: com diversidade, ouvidos atentos e olhos bem abertos.
É a partir do reconhecimento da diversidade que também se faz política. Nunca o nosso parlamento estadual foi tão preto. Estamos lá, três mulheres de cabelos crespos e soltos, Mônica Francisco, Renata Souza e eu, ocupando gabinetes e espaços institucionais para fazer política para gente como nós e também para os outros, porque entendemos a diferença como formadora da nossa coletividade.
O encontro de hoje será para não esquecer. Para demarcar esse momento solene, teremos como mestre de cerimônias o artista de primeira grandeza Xand MC, que sabe bem subverter a lógica de violência que assola as regiões por onde ele passa com as batalhas de hip hop, com a tarefa de ocupar praças e promover, além da arte, cidadania. Xand é dos nossos.
Deixo aqui o convite para todos. Para quem conhece as histórias, para quem quer conhecer. Mas, fundamentalmente, é um convite para que façamos, todos, o melhor de nós. E o melhor de nós, nesse momento, é agir contra as desigualdades que nos apequenam, é promover políticas públicas para saciar a fome de quem não tem o que comer. O melhor de nós é dizer basta às indignidades a que tantos estão sujeitos. O melhor de nós, inevitavelmente, passa por dizer Ele, não! e votar com consciência. Esse bonde é grande e cabe quantos mais queiram legitimar a vida.
Serviço:
Onde: Estudantina, Praça Tiradentes
Hora: 18h
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.