Dani, como você se sente ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa? Como é ser a única jovem negra na Casa? Como se formula uma lei? As perguntas são muitas, a responsabilidade é tamanha. Na primeira viagem que fiz ao interior do estado neste 2022 para acompanhar a instalação do Parlamento Juvenil nas escolas de Ensino Médio da rede estadual fluminense, tento dar respostas assertivas. Após dois anos de pandemia, estamos de volta ao tão necessário corpo-a-corpo. É hora de satisfazer a curiosidade desses estudantes que pretendemos tornar atuantes nas decisões sobre os rumos que desejamos para a nossa sociedade.
O Parlamento Juvenil é um projeto que pretende estimular a participação dos jovens na política do nosso estado. Feito de parcerias, envolve as escolas, a Secretaria de Estado da Educação, ativistas e profissionais que se dispõem a se juntar a nós para capacitar mais de 90 jovens devidamente eleitos a cada edição. Uma meninada que, uma vez capacitada, se tornará referência para quem vem depois. Para isso, eles passam por uma vivência do processo político e democrático, o que envolve simulação da jornada parlamentar, com diplomação, posse e exercício de mandato como Deputado Jovem.
Posso ter uma lei assinada por mim, Dani?, eles perguntam. A resposta está pronta e vem da própria prática. Ao vivenciar a atividade política e conhecer o processo legislativo, os estudantes podem, inclusive, ter suas sugestões aproveitadas pela Assembleia Legislativa. Não é pouca coisa, e eles sabem disso.
O que se pretende com o Parlamento Juvenil é despertar o interesse da juventude pela política e pelas questões sociais que estão postas na atualidade. É uma oportunidade de saber sobre leis e de exercer direitos, o que significa a oportunidade de contribuir para melhorar as realidades das suas comunidades, em particular, e da sociedade, como um todo.
Por sua vocação de potência, como eu costumo dizer e porque sinto o valor da minha própria experiência, a juventude tem um papel central na construção de políticas públicas melhores, mais assertivas e mais abrangentes. Pelas articulações que são capazes de fazer em seus territórios e pelo conhecimento dos seus processos, podem ampliar o alcance das demandas que estão no dia a dia de cada comunidade.
A programação do PJ, como a meninada já abreviou, começou neste março quente pela Região Serrana e seguiremos em caravana pelo estado passando por todas as regiões até a Semana Legislativa, que acontecerá em maio. Os resultados dessas trocas, dos debates, do engajamento, do aprendizado teórico e das experiências práticas são animadores. Desde que foi criado o projeto, já acumulamos cinco leis (em vigor) que foram elaboradas por parlamentares juvenis. São jovens inspirados, sem dúvida. Mas inspiradores e revolucionários, antes de tudo. É uma questão de oportunidade e perspectiva.
*Dani Monteiro é deputada estadual (Psol), presidenta do Parlamento Juvenil e também da Comissão Especial da Juventude e da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj
Dani Monteiro é uma dessas pessoas que o maior atributo é dizer ser uma jovem negra de periferia. Nada de útil a acrescentar no parlamento. Pelo contrário, só traz ideias retrógradas de quem ainda acredita em revolução comunista.