Dani Monteiro: O hip-hop e as batalhas de rima nas salas de aula

Queremos, com isso, que o hip-hop, movimento que faz 50 anos em 2023, adentre os muros das escolas fluminenses legitimamente, como instrumento para se pensar uma sociedade mais inclusiva

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Você que acompanha a coluna sabe bem que o meu mandato é coletivo. Ainda que eu seja a voz no plenário e nos espaços oficiais, há um batalhão que me cerca e me dá amparo para que façamos o melhor em propostas e ações dentro e fora da Assembleia Legislativa. E dessa força que só muitas mãos são capazes de assegurar, tiramos do forno dois projetos direcionados ao nosso público potencial, a juventude, entrelaçando o Hip-Hop e as Batalhas de Rima como essenciais para a sua formação.

O primeiro deles, o PL 1073/2023, institui o Programa “Hip-Hop nas escolas” na rede estadual de educação, exatamente para a juventude que está no ensino médio. O objetivo é promover a inserção dos elementos da Cultura Hip-Hop no dia a dia dos estudantes, estimular a produção de arte e cultura no ambiente escolar, reduzir a evasão e promover a troca de experiências entre estudantes, docentes e artistas. E, essencialmente, garantir a integração de uma cultura negra e marginalizada com o ensino público estadual. O projeto prevê a oferta de cursos de seis meses de duração sobre a Cultura Hip-Hop e seus elementos.

O PL 1074/2023, por sua vez, cria o Circuito Estadual de Batalhas de Rimas Educacionais no estado do Rio. Para quem não conhece a brincadeira, tratam-se de disputas que consistem em um enfrentamento entre dois MC’s, através da improvisação dos versos, frente a uma batida (beat). Valem os meios eletrônicos e a improvisação manual das batidas por uma pessoa, conhecido como BeatBox, sendo o vencedor dessa batalha é definido pelo público e/ou jurados anteriormente definidos no evento.

Nos dois casos, caberá ao Poder Público assegurar e difundir entre os estudantes o movimento hip-hop e as suas manifestações próprias, sem quaisquer regras discriminatórias ou mesmo diferentes das que regem outras manifestações da mesma natureza.

Queremos, com isso, que o hip-hop, movimento que faz 50 anos em 2023, adentre os muros das escolas fluminenses legitimamente, como instrumento para se pensar uma sociedade mais inclusiva e que respeite a juventude negra e periférica. Não há forma de expressão mais genuína e mais próxima dos jovens incluídos nesse recorte social.

A institucionalização das batalhas de rima, vale esclarecer, vai além da manifestação cultural, na medida em que abrange também o conhecimento empírico e crítico, a elaboração de pensamento rápido, a correlação de ideias e o domínio da língua portuguesa. Nos embates a que dão espaço, as batalhas contribuem para a formação do jovem cidadão, e entram em cena também o entretenimento, a necessária sociabilidade e a promoção de uma ocupação saudável. Alguém duvida de que todos ganhamos com iniciativas desse porte, que podem contribuir, inclusive, com queda nos índices de criminalidade?

Como movimento cultural, o hip-hop pode ajudar a expandir o conhecimento e fazer da arte instrumento de debate e discussão entre esses jovens alunos, já habituados ao rap, grafites e break dance. Não à toa, defendemos que a cultura deve estar presente nas nossas escolas. Se, até aqui, o Hip-Hop é alvo de marginalização, está na hora de entrar pela porta da frente.

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