“Raul tinha 27 anos, formara-se em Engenharia Mecânica pela PUC-Rio, estava noivo e acabava de ganhar uma bolsa de estudos para a Holanda. Detido durante uma batida policial, foi considerado suspeito por ter em seu carro esboços de dois mapas, um deles do caminho para o apartamento que alugara em Santa Teresa, onde a polícia encontrou mimeógrafos e material de propaganda de um grupo político, guardados ali a pedido de um amigo.
Enquanto esteve preso, a família moveu céus e terras para localiza-lo. Nem mesmo o fato de seu caso ter sido levado ao conhecimento de Ministros de Estado fez que tivessem dele qualquer notícia. No dia 12 de agosto o corpo de Raul, com evidentes marcas de tortura, foi entregue à família. Os registros oficiais da causa mortis são divergentes. Em alguns consta edema pulmonar, em outros, embolia e ataque cardíaco ou apenas a palavra ‘morto’…”
Assim, com um breve relato extraído dos arquivos do Núcleo de Memórias da universidade, a nova gestão do Diretório Central dos Estudantes da PUC-Rio introduz a sua bela homenagem. Através de post em sua página no Facebook, anunciaram que a referida instituição carregaria, dali em diante, o nome de Raul Amaro Nin Ferreira, engenheiro formado pela PUC-Rio, vítima em 1971 da repressão do pensamento livre na Ditadura Militar.
O próprio atual Vice-Reitor Comunitário Augusto Sampaio, entusiasta da ideia e que estudara em época bem próxima de Raul, teria ressaltado a participação do homenageado no movimento estudantil da PUC-Rio, tendo sido integrante do DAAF (Diretório de Engenharia).
Encerram o comunicado com um singelo pedido: “Que nossa homenagem seja abraçada, respeitada e lembrada pelos alunos e por toda a comunidade da PUC-Rio, hoje e sempre”! Completamos: não só pela comunidade da PUC, meus caros, mas por todos nós, que respeitamos essa luta histórica.
Para maiores informações sobre Raul Amaro, pode-se ler o Relatório.
Post do DCE da PUC-Rio no Facebook sobre a questão: