Após o afastamento de Wilson Witzel do comando do Poder Executivo do RJ e a prisão de Everaldo Pereira, presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC), ambos a mando do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o deputado Renan Ferreirinha (PSB) protocolou, nesta sexta-feira (28/08), na Procuradoria Geral da República (PGR), uma denúncia contra o governador e o pastor em relação a uma possível ”troca de favores” entre os 2.
Segundo a denúncia, Witzel havia nomeado Filipe de Almeida Pereira, filho do Pastor Everaldo, como seu assessor especial; o presidente do PSC, por sua vez, contratou Helena Witzel, esposa do governador, como advogada do partido.
No Governo do RJ, ainda de acordo com Renan Ferreirinha, Felipe Pereira tem salário bruto de R$ 14.921,81. Já Helena Witzel foi contratada pelo PSC, no ano passado, com remuneração mensal de R$ 21.500. No documento enviado à PGR, o deputado destaca que esta troca de cargos ”desafia todos os parâmetros de moralidade e impessoalidade que se exige do gestor público e que também pode ser extensivo aos dirigentes partidários, notadamente aqueles que se valem do Fundo Partidário para o desempenho das atividades partidárias”.
”Há fortes elementos que indicam que há essa troca de favores, o que merece ser investigado, pois há fortes indícios de que atos ilícitos podem ter sido cometidos pelos envolvidos, em especial o governador Witzel e o Pastor Everaldo, que foi preso hoje por corrupção”, diz Ferreirinha.
Na denúncia, o parlamentar cita também outro caso de suspeita de favorecimento: Jadir Pinto Brandão, sogro de Wilson Witzel, ganhou cargo de Diretor de Departamento de Defesa Civil na Prefeitura de Miracema, cidade do Noroeste Fluminense. Em outubro de 2019, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu procedimento para investigar a suspeita de favorecimento ao sogro de Witzel. A denúncia foi feita por servidores da Prefeitura e divulgada pela imprensa. Uma reportagem local, inclusive, dizia que ”o beneficiado com o emprego admitiu que foi contratado graças ao parentesco e que não tem qualificação para a área”.
”Esse tipo de comportamento precisa acabar. Favorecer parentes e conhecidos sem qualificação técnica só prejudica o Estado. Por isso, sempre defendo a adoção de novas práticas. Chega de indicação política, chega de favorecimento”, complementa Ferreirinha.