A decisão da Prefeitura do Rio de desapropriar os cinco terrenos do Moinho Fluminense, localizados na Gamboa, na Região Central da cidade, provocou uma forte reação da Autonomy Investimentos. O grupo adquiriu o complexo arquitetônico em 2019 e havia planejado uma significativa intervenção em 2022. O projeto previa criação de um espaço multiuso com escritórios comerciais, bares, restaurantes e áreas para eventos, além de uma área residencial próxima à Orla Conde. Contudo, até o momento, nenhuma intervenção foi realizada.
A Autonomy Investimentos contesta o argumento da Prefeitura de que o Moinho Fluminense está ocioso e não atende ao seu papel social como justificativa para a desapropriação. Desde 2015, o imóvel está vazio, após a mudança das operações do Moinho para Duque de Caxias. Os terrenos somam aproximadamente dez mil metros quadrados.
A empresa chegou a contratar um renomado escritório de arquitetura de Nova York, especializado na revitalização de antigas plantas industriais do Brooklyn, para desenvolver um projeto que transformaria o Moinho Fluminense em um polo econômico e cultural para a cidade.
Enquanto aguardava a aprovação completa de seu projeto, a Autonomy Investimentos teria apoiado diversas iniciativas socioculturais e comerciais no espaço, em colaboração com moradores e instituições locais. Tais esforços, segundo a empresa, teriam contribuído significativamente para a revitalização da região. O grupo também ressaltou que obteve aprovação parcial de um projeto conceitual para a área junto ao Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
A Prefeitura, por sua vez, anunciou que não comprará diretamente o imóvel, mas usará seu valor como referência em um leilão de hasta pública. O mecanismo, previsto pelo novo Plano Diretor, permite que novos investidores adquiram os terrenos, pagando aos proprietários atuais.
Inaugurado em 1887 com um alvará de funcionamento assinado pela Princesa Isabel, o Moinho Fluminense foi o primeiro moinho de trigo do país, pondo fim à dependência de farinha de trigo importada. Em 1914, o complexo foi adquirido pela multinacional Bunge, que operou o moinho até 2015. O conjunto arquitetônico é formado por cinco prédios interligados por uma passarela, começando na Orla Conde e se estendendo até a Praça da Harmonia, onde está localizada a construção principal.
Fez certíssimo. Os prédios são tombados.
Prédio sem função. Ou os proprietários se mexem ou a Prefeitura e os novos proprietários darão.
O Centro tem que reviver e prédios sem função não ajudaram a cidade.
Um absurdo essa desapropriação. O Moinho foi projeto de Januzzi e irmãos, é uma pérola e é capaz de expor a construção à demolição para fazerem aqueles prédios horrendos com vidro e aço. Não confio nesse prefeito.