Após o desastre ambiental de grandes proporções ocorrido no ano 2000, o Governo do Estado criou o Dia Estadual da Baía de Guanabara, que é celebrado no dia 18 de janeiro, data em que ocorreu o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Ilha do Governador. O acidente resultou em uma mancha de mais de 40 km ao longo da Baía e é considerado uma das piores catástrofes ambientais do Rio de Janeiro. A data foi instituída pela Lei Estadual nº 3616/2001.
A tragédia ambiental, que vitimou milhares de aves e animais marinhos, além de ter prejudicado pescadores e trabalhadores de áreas afins, é considerado um marco na mobilização pela recuperação e preservação da Baia de Guanabara, segundo a diretora-presidente do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara), Adriana Bocaiuva.
“Infelizmente, a data relembra um triste acontecimento na Baía de Guanabara. Isso impactou milhares de famílias ligadas à pesca e atividades correlatas. O acidente catalisou a articulação que estava em curso, promovida por ambientalistas e pela equipe da Secretaria Estadual de Meio Ambiente da época, para a implementação da gestão participativa, integrada e descentralizada dos recursos hídricos em diversas bacias hidrográficas fluminenses”, disse Adriana, acrescentando que o desastre levou o Governo do Estado a tomar uma célere decisão para cuidar da Baía: “Em resposta ao clamor popular, o governo estadual, que no ano anterior havia criado o Conselho Gestor das Lagoas de Piratininga, decretou a criação do Conselho Gestor da Lagoa Rodrigo de Freitas, em março de 2000; e, no mês seguinte, o Conselho Gestor da Baía de Guanabara. O funcionamento desses colegiados proporcionou uma relevante experiencia para a criação, cinco anos mais tarde, do Comitê da Baia de Guanabara.”
O CBH Baía de Guanabara trabalha há 18 anos na gestão e preservação dos recursos hídricos de toda a Baía de Guanabara, que abrange, total ou parcialmente, 17 cidades da região metropolitana do Rio.
Uma de suas ações é o programa de monitoramento quali-quantitativo, em execução desde 2021. Através do programa 93 pontos distribuídos ao longo dos corpos d’água da Região Hidrográfica V (RHV) são monitorados a partir de 13 parâmetros de qualidade, sendo 10 deles determinantes para avaliar o índice de qualidade da água (IQA). No monitoramento também é medida a vazão em 50 pontos.
A iniciativa foi reconhecida pelo Prêmio Prosegh 2023, na categoria qualidade ambiental. Como o resultado o programa recebeu um investimento de R? 10 milhões para a sua ampliação. Através dele, que terá início em abril, serão medidos 78 parâmetros de qualidade da água, com a realização periódica de coletas de amostras, análises laboratoriais e monitoramento por satélite do crescimento de flora nociva.
O?CBH Baía de Guanabara promove a gestão dos recursos hídricos na Região Hidrográfica V (RH-V), através da participação de representantes do Poder Público, de usuários – instituições que fazem uso da água – e da Sociedade Civil.
Pobre baía! Merecia tratamento melhor. Mas as pessoas ao seu redor não pensam assim.