#DiaMundialDaÁgua: Rio de Janeiro tem apenas um munícipio entre os 20 melhores em saneamento básico e quatro entre os 20 piores do país

Niterói está em quarto lugar entre os mais saneados. Já São Gonçalo, São João de Meriti, Duque de Caxias e Belford Roxo figuram na outra lista, divulgada pelo Instituto Trata Brasil

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Rua de Duque de Caxias. Foto: EBC

Estamos na Semana da Água. Nesta quarta-feira, 22/03, é celebrado o Dia Mundial da Água. Neste contexto foi publicada a 15ª edição do Ranking do Saneamento – com foco nos 100 maiores municípios do Brasil -, que trouxe dados sobre o tratamento de água e esgoto em todo o território nacional. Produzido pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, o relatório mostra que apenas uma cidade do Rio de Janeiro está entre as 20 mais saneadas, enquanto quatro figuram na lista das 20 piores neste quesito.

Niterói está na quarta posição entre os munícipios com melhor saneamento básico no país. Do outro lado da lista, entre os 20 menos saneados, estão São Gonçalo, São João de Meriti, Duque de Caxias e Belford Roxo.

Saneamento básico é um conjunto de medidas que incluem o abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta de lixo e drenagem pluvial, entre outras ações, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população. O que na prática acaba não acontecendo para muitas pessoas.

“Aqui, no bairro onde moro em Caxias, a gente sofre com falta de água, tem muito valão, no calor o cheiro fica forte, aparece rato, barata. É bem complicado”, declara Daniel Nunes, vendedor ambulante que mora em Jardim Gramacho.

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O relatório do Instituto Trata Brasil faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades. Desde 2009, o Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país. A falta de acesso à água potável impacta quase 35 milhões de pessoas e cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população que diariamente sofrem, hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica.

Um estudo realizado pela Casa Fluminense, organização que analisa dados da Região Metropolitana do Rio, mostra que mais de 2.200 internações na rede pública de saúde foram registradas em 2018, em virtude de doenças ocasionadas pela falta de saneamento básico.

“A falta de água tratada e de resíduos coletados e tratados adequadamente pode contribuir para a disseminação de doenças, incluindo diarreia, cólera e hepatite A, que são transmitidas pela água. Além disso, o acúmulo de lixo nas ruas e a falta de drenagem pluvial adequada podem levar a problemas respiratórios e de pele, além de atrair animais transmissores de doenças”, afirma o médico Adolpho Baamonde.

O médico ainda destaca que um estudo de 2015 publicado na revista científica Lancet mostrou que melhorar os serviços de saúde pode prevenir mais de 500 milhões de mortes anualmente em todo o mundo. Estima-se que mais de 30 milhões de pessoas ainda não tenham acesso a cuidados básicos de saúde adequados no Brasil.

Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem grandes dificuldades com o tratamento do esgoto, do qual somente 51,20% do volume gerado é tratado – isto é, mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.

Em 2020, cerca de 24 % da população do Brasil não teve acesso à atenção básica adequada, como mostram dados do Sistema Nacional de Informações em Saúde ( SNIS ). Isso significa que mais de 4 milhões de pessoas no estado não têm acesso a serviços essenciais como água potável e coleta e tratamento de esgoto.

No relatório do Instituto Trata Brasil publicado no ano passado, cidades do Rio de Janeiro apareceram entre as menos saneadas. A capital do estado, segundo município mais rico do país, ficou na posição 44 em um ranking de 100.

“Investimentos em saneamento básico devem ser feitos para garantir a saúde e o bem-estar da população do estado do Rio de Janeiro, incluindo a expansão dos serviços de abastecimento de água , coleta e tratamento de resíduos e medidas para garantir a coleta e destinação correta de lixo e dragagem pluvial. Somente assim será possível reduzir os índices de doenças relacionadas à falta de saneamento e promover uma vida mais saudável para todos os cidadãos fluminenses”, finaliza o médico Baamonde.

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