Dida Bar é declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do RJ

Tradicional casa na Praça da Bandeira é um importante símbolo da gastronomia afro-carioca autêntica

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Chef Dida e o seu filho, Matheus Buka, com a deputada Veronica Lima (Foto: Evelyn Lee)

Fundado em 2015 na região da Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Dida Bar e Restaurante foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado. O título foi conferido ao estabelecimento após criação da Lei 10.483/2024, de autoria da deputada Verônica Lima, que foi sancionada pelo Governo do Estado e publicada no Diário Oficial.

O Dida Bar é um espaço de resistência cultural e de afirmação da identidade negra! Ele se transformou em um símbolo da preservação das tradições afro-brasileiras em um cenário que muitas vezes marginaliza ou invisibiliza essas contribuições. Reconhecê-lo como Patrimônio é um ato de justiça”, ressalta a deputada Verônica Lima.

O Dida Bar vai além de sua proposta gastronômica. Sob a liderança da chef Dida Nascimento, o local se destaca por sua valorização e preservação da cultura afro-brasileira, com ênfase na culinária de origem africana e em suas influências profundas na gastronomia brasileira.

Como uma empresa familiar, foi uma grande surpresa e emoção para todos nós receber tal reconhecimento. É fruto de muito trabalho e luta. Quando recebemos esse tipo de homenagem, isso nos dá ainda mais força para continuar. Enfrentamos vários desafios ao longo do caminho, começando com a gastronomia africana, que na época não era muito presente no Rio. Fomos pioneiros, sobrevivemos à pandemia, e hoje o patrimônio construído permite que o Dida se envolva em outros projetos de apoio e incentivo.“, comenta Matheus Buka, filho da Chef Dida.

A história do bar está intimamente ligada às raízes da chef Dida, que herdou uma rica tradição culinária e cultural de sua mãe, Tia Maria, conhecida por comandar um bar que promovia rodas de samba acompanhadas de angu à baiana na Pavuna, Zona Norte do Rio. Além disso, o pai de Dida era pesquisador de culturas africanas, o que trouxe uma perspectiva ainda mais ampla à proposta do restaurante.

Muito mais do que um local de alimentação, o Dida Bar também se consolidou como um ponto de encontro para discussões sociais, manifestações artísticas e iniciativas ligadas à luta antirracista e à promoção da cultura negra. Sua recente declaração como Patrimônio Imaterial reforça a importância não só de preservar o espaço físico, mas de perpetuar a memória e as tradições que ele representa para o estado do Rio de Janeiro.

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