A subida de Wilson Witzel (PSC) pegou a quase todos de surpresa, eu esperava uma arrancada dele depois do debate, mas nunca chegar a mais de 40% dos votos no 1º turno. E não é a toa que esse meme está rodando a internet carioca:
Mas podemos comparar essa votação de Witzel, com uma história sobre a eleição de Clinton nos EUA em 1992:
Em 1991, o presidente dos Estados Unidos, George Bush, venceu a Guerra do Golfo e resgatou a autoestima dos americanos após a dolorosa derrota no Vietnã. Assim, era o favorito absoluto nas eleições de 1992 ao enfrentar o desconhecido governador de Arkansas, Bill Clinton. O marqueteiro de Clinton, James Carville, apostou que Bush não era invencível com o país em recessão e cunhou a frase que virou case de marketing eleitoral: “É a economia, estúpido!”
Bem, aqui no Rio a economia pode estar quebrada, mas esse não é nosso problema, o nosso problema “É a segurança, estúpido! E um pouco de ética também“. Não que Witzel tenha tido tempo para apresentar alguma proposta sobre esse tema, mas como ex-juiz federal, ex-fuzileiro e uma postura altiva nos debates, ele também foi o avatar deste tema.
Frases como: ‘Se estiver de fuzil na mão, é risco iminente e será abatido’, pode parecer para a esquerda ou os moderados, como um absurdo, que um candidato que diga isso não pode ser eleito. Mas quando se vive com medo, e que qualquer engarrafamento na Linha Amarela gere receio de ser um arrastão, ou seja, vivendo em uma verdadeira Guerra Civil, é música aos ouvidos.
E sem esquecer a questão da ética, se ela nas pesquisas parecia que não importaria ao carioca, acabou diminuindo drasticamente o tamanho do MDB do Rio na ALERJ, e também do MDB na Câmara, e deixou desempregado os filhos de Cabral, Picciani, Eduardo Cunha e Roberto Jefferson. Como Witzel é amigo do juiz Bretas, e um verdadeiro outsider da política, essa soma de fatores pode ter ajudado a encantar vários moradores do estado, e da capital, onde só não foi o mais votado no Jardim Botânico e em Laranjeiras.
Dois meses atrás tinha feito um vídeo perguntando exatamente isso, Paes se preocupa com a ética (veja abaixo)? Como ele não demonstrou essa preocupação, pode ter sido uma das razões de ter ficado tão atrás do desconhecido juiz.