Um local bem suspeito que já virou até anedota do funk nos anos 90, a Feira de Acari, na Zona Norte, se modernizou desde os temos do hit do MC Batata, que cantava a história de um carioca que queria comprar um fogão, assustado com o preço da loja, ouviu a indicação de que Acari saía bem mais barato. Quase três décadas depois, sem parecer serem incomodados, foi a vez de uma moderna TV de LED anunciada por incríveis R$ 2.800 ser vista à venda entre os itens ali “vendidos”, sempre com procedência duvidosa. A Feira de Acari é apelidada também de robauto, por conta da presença constante de peças de automóveis de origens desconhecidas.
O suposto flagrante viralizou nas redes sociais, mas não é a primeira vez; na última década, há registros da feira funcionando livremente junto ao trilho do trem, aos pés do Morro da Pedreira. Em 2017, O Globo fez uma reportagem contando que a velha robauto teria virado robtudo devido à imensa e crescente diversidade de artigos, itens que chegam a custar em Acari quatro vezes menos do que mercado oficial.
De acordo com a Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura, que faz o ordenamento das feiras na cidade, a região é tão crítica que a Seop classifica como “primordial uma ação das forças policiais no local”, pois a feira de Acari sofre influência direta do crime organizado. Enquanto isso, a nova filial de Acari, no canteiro central da Uruguaiana – dentro de um túnel azul – também está bombando, igualmente sem qualquer ação das autoridades municipais.
Já a assessoria de imprensa da Polícia Militar rebate, em nota, que fiscalizações em feiras públicas não ficam a cargo da PM. O trabalho de apreensão/prisão da Polícia Militar ocorreria apenas quando acontece o flagrante.