Editorial: Não glamurizem os moradores de rua

A imprensa e parte dos cariocas passaram a glamurizar o morador de rua, por manter o espaço público limpo ou apoiarem que durmam embaixo de pontes, isso tem de parar, por nós e, principalmente, por eles.

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Foto: Reprodução

Tem sido notícia alguns moradores de rua, no bom português, mendigos que mantém o local onde dormem organizado, limpo, com direito a caixotes fazendo de paredes. E tratam isso como se fossem bom, glamurizam, elogiam, quando deveria ser o contrário, e sim condenar, reclamar que o Poder Público fica tanto tempo sem fazer nada, que chega a esse ponto. Nada mais é do que um tipo diferente de privatização do espaço público e promoção da desordem pública.

É preciso entender que lugar de ser humano não é na rua, é em uma casa. Ao Poder Público cabe dar condições, se não de ter uma casa, um hotel para pernoitarem, com todas as condições de higiene e privacidade que uma pessoa merece. Com espaço para seus pets, como prevê uma nova medida de Washington Fajardo e Laura Carneiro, secretários de Planejamento urbano e de Assistência Social, respectivamente.

Na rua, por mais limpinho e organizadinho, vão passar baratas, ratos, e vão estar sujeitos ao tempo frio, calor, vento, poeira. Sem contar os riscos que estas pessoas acam se submetendo, além da situação degradante que é morar na rua.

Outra novidade é a crítica ao que chamam de “Arquitetura Hostil“, que é colocar grades, pedras e outras formas de evitar que o morador de rua use determinado local. Passaram a tratar isso como se fosse um crime contra a humanidade, como se fosse humano morar embaixo de viadutos.

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O vereador Chico Alencar (PSol) chegou a apresentar o Projeto de Lei Nº 41/2021 proibindo o uso destes métodos para evitar morador de rua. E tem coragem de dizer que é porque os moradores de rua são gente e essa é a razão de lutar contra esta arquitetura. Será que ele acha que gente deve dormir em praças, em calçadas e praças? Que o lugar delas não é com um teto sobre a cabeça?

Há os que querem ajudar, e dão quentinhas aos moradores de rua, que passam fome e necessitam de ajuda mesmo. Mas não basta boas intenções, elas são atiradas no chão, entopem bueiros e destroem a ordem da cidade. Além de ser totalmente anti higiênico e não ter um bom controle nutricional sobre o que eles estão comendo.

Faz necessário que Prefeitura e Governo do Estado se unam para voltar com o Restaurante Popular, criado durante o Governo Garotinho, que na época também criou o Hotel Popular. Deveria ter continuidade, com alimentação a R$ 1, o Café da Manhã pelo mesmo preço. Um lugar pra sentar e comer além de ser limpo higiênico e contribuir para a ordem publica, dá dignidade às pessoas, não há como negar.

É urgente que o carioca pare de romantizar a favela e agora é urgente que não permitam que romantizem os moradores de rua. Habitação digna, ou melhor, dignidade é isso que se deve dar. Aos moradores de rua tem de ser fornecida a condição de não mais dormirem ao relento e abandonados, de resto é apenas a velha hipocrisia de querer não resolver o problema.

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18 COMENTÁRIOS

  1. CHICO ALENCAR politico profissional cria de bolsonaro, tanto que os dois sao da mesma epoca,e bebem da mesma fonte. me lembro bem de trabalhar com o Chico la no meier, sempre faltando… sempre criando polemicas… sempre colocando outra pessoa pra trabalhar no lugar dele….. se lembra ne chico… nunca entendi como ele esta no poder, e se perpetuando nessa eterna ditadura da ignorancia….. quando leio qualquer coisa sobre chico alencar me lembro de maria antonieta… ele dentro da sua mansao falando que os pobres que devam dormir na calçada, e que esta faltando calçada ne chico? bem tipico dele…

  2. Parabéns pelo realista editorial publicado hoje. Esses cidadãos em situação de rua ( nova nomenclatura ) perderam por completo sua dignidade e fizeram das ruas seus empregos, muitos explorando crianças, as marmitas doadas viram moeda de troca para drogas.
    É preciso ter uma política de abrigos com objetivo de profissionalizar , internação compulsória para os drogados , uma política de controle de natalidade ( Copacabana já está em sua 4ª geração de rua) e campanhas de não doação . E os cidadãos, políticos, ONGs , defensores desta degradação em que vivem , deveriam parar de demagogia e criar ideias para resolver o problema

  3. Parabéns ao jornalista que teve a ousadia e coragem de escrever um texto realista,que os mimizentos tomem chá de maracujá se não gostam da verdade.
    Parte desse flagelo social é culpa dos mimizentos

  4. A cidade de Paris que é considerada a melhor cidade do MUNDO,para se viver,trabalhar e passear também tem muito MORADOR DE RUA.

    A Cidade de Paris é a cidade que mais recebe turistas do mundo todo.

    Vamos ter um pouco mais de cultura. (Jornalistas)

    Vocês se baseiam na cultura portuguesa.

    Esqueçam a cultura portuguesa.
    A cultura portuguesa é uma cultura inferior.

    Por isto o português é considerado sub europeu.

    • Claudio, você lê o que escreve? A cultura portuguesa é rica e poderosa. Portugal é um dos maiores destinos turísticos da Europa e quiçá do mundo. E o que tem a ver a cultura portuguesa com os moradores de rua? A cultura portuguesa não impera nos EUA, dê uma passada pelas ruas dos States pós Trump, nada ficam a dever ao Rio.

  5. Parabéns ao jornalista que teve a ousadia e coragem de escrever um texto realista,que os mimizentos tomem chá de maracujá se não gostam da verdade.
    Parte desse flagelo social é culpa dos mimizentos

  6. O tema é delicado e, ao tocar no tema, provavelmente logo logo virá a legião para atormentar o jornalista que escreveu isso. Mas ele tem razão! Tratar a questão do mendigo é premente e importante para todos. O cara que cai na rua dificilmente encontra recursos de si mesmo para sair dela – é preciso um empurrão para sair disso. Mas para tomar uma medida, não se pode cair no papo fácil de espertalhões que vivem da pobreza, aqueles que atacam qualquer iniciativa para ajudar, que tacham tudo de “higienismo”, que tacham os outros de “falta de amor ao próximo”, “desalmados”, etc.. O pior que pode ocorrer é deixar tudo como está. A profusão de mendigos dá impressão de insegurança, prejudicando o comércio e o serviço – tudo o que o Rio de Janeiro não precisa neste momento.

  7. Depois da eterna e absurda “glamourização” das favelas, renominadas de “comunidade”, vem a citação a tal da arquitetura hostil, na referência ao impedimento de uso de espaço público por moradores de rua. A colocação de pedras sob espaços de viadutos e passarelas já é prática de décadas sem que houvesse críticas. O que é preciso é saber de onde são as pessoas que estão vivendo nas ruas e por que chegaram a esta situação e buscar a solução, mas tb não é dando casa q o quadro vai mudar. É sabido de longas datas que muitos que recebem vantagens, as vendem e voltam pras ruas.

  8. Esse é provavelmente o mais elitista dos textos que já li nesse “jornal”. Que Deus tenha piedade da alma quem o escreveu porque nitidamente a única preocupação do redator é livrar das suas vistas esse povo das ruas, como se viver nas calçadas fosse uma opção válida, deliberadamente escolhida pelo morador. Claro que para não parecer higienista, o redator elenca os desafios “nutricionais” das quentinhas oferecidas ou dos insetos que estão nas ruas, mas fica mais que evidente que a preocupação não é com o humano em si ali vivendo, mas sim em não ter que conviver com esses “mendigos”. Vocês não enganam nem o mais incauto dos cariocas. O elitismo crônico de uma pseudo-aristocracia decadente que se observa nesse texto não salvará a cidade do declínio se ela não for uma cidade inclusiva.

  9. Realmente! Está um horror… E tem essa gente que para o veículo no meio da rua para entregar quentinhas. Atrapalhando o trânsito. Esses dias tem um grupo parado no canteiro na beira das pistas do Aterro. Mas o tal Segurança Presente não faz nada…

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