Emaranhado de fios é regra no Centro Histórico do Rio e preocupa especialistas; na Rua do Ouvidor, caso é crítico e há riscos

A quantidade de fios ocupa espaço relevante nas fachadas dos imóveis tombados, serve de obstáculo à apreciação do Centro Histórico e ainda pode vir a apresentar riscos à integridade dos imóveis, servindo pra disfarçar "gatos" e ligações irregulares de energia.

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O sobrado número 30 da rua do Ouvidor, de esquina com a Travessa dos Mercadores, se tornou um depósito de fios emaranhados que ninguém entende, que ficam passando de prédio em prédio sem nenhum tipo de controle ou cuidado. Foto: A. Nascimento / DIÁRIO DO RIO

Cada vez mais pessoas têm escolhido passar o sábado e o domingo, assim como os dias de semana, na região do Centro Histórico do Rio, cercada de centros culturais, exposições de arte e ícones da boa mesa que trazem opções de alimentação e entretenimento para todos os gostos e bolsos. Uma coisa, porém, une todos os freqüentadores da região: a paixão pelo Rio de antigamente, pelas fachadas dos sobrados, casarios e casarões, assim como a beleza única dos grandes palacetes que existem na região e que hoje têm uso cultural. A chamada ‘Pequena Lisboa‘ atrai pessoas também pelo charme de suas ruelas, a graça de seus paralelepípedos, a beleza do Largo do Paço e a facilidade de transporte – VLT, Barcas e muito Estacionamento. Mas nem tudo são flores; enquanto o novo comando da PM da região deu uma boa reforçada na segurança – agora a gente vê polícia toda hora circulando pelas ruas estreitas e becos – os órgãos de patrimônio e a prefeitura têm investido quase nada numa boa fiscalização de problemas que prejudicam o local e podem inclusive ser fatores de risco de incêndio e curtos-circuitos que podem colocar a perder imóveis de mais de 200 anos.

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A chocante bagunça de fios na Rua do Ouvidor, chama a atenção de quem passa. Acima, fios que passam nas fachadas dos números 37 e 39, mas que na verdade são um padrão em toda a região. Segundo especialistas, uma grande parte deles seriam de linhas telefônicas fixas já desativadas, e mesmo de antigas ligações elétricas de uma iluminação pública que não existe mais há anos./ Foto: A. Nascimento / DIÁRIO DO RIO

É o caso dos pavorosos emaranhados de fios – grande parte deles completamente inúteis – que estão amarrados pelas fachadas dos imóveis históricos, presos de forma mal ajambrada, muitos deles inclusive já sem exercer função alguma. São dezenas de fios pretos, brancos, e caixas de conexão e passagem em péssimo estado de conservação, dependuradas sem nenhum tipo de cuidado ou apreço pelos bens culturais. A reportagem viu diversas caixas penduradas e quebradas, na fachada de sobrados históricos. A região da Praça XV é um Conjunto Tombado Nacional, desde os anos 30 a região é tombada pelo órgão federal de patrimônio histórico, o IPHAN. Além disso, a região tem um sem número de imóveis tutelados pelos órgãos de patrimônio estadual (INEPAC) e municipal (IRPH). Ainda assim, as concessionárias de serviços públicos parecem fazer o que querem por ali, e não só elas; umas empresas de internet móvel também furam os prédios e colocam rolos e mais rolos de fios pendurados a seu bel prazer sem que ninguém mova uma palha, causando uma grande confusão que camufla gatos de luz, ligações irregulares e uma gama de perigos que põem em risco quadras inteiras de casarões.

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A quantidade de fios que passa nas sacadas dos imóveis da rua do Ouvidor, em todos os sentidos, chega às raias da insanidade. São dezenas que vão de um lado a outro, e de outro a um, quando os especialistas entendem que apenas a fiação dos arcos de iluminação históricos deveria passar na fachada dos imóveis da região / Foto: DIÁRIO DO RIO

As fachadas dos imóveis objeto de tutela pelos órgãos de patrimônio deveria ter prioridade na operação caça-fios da prefeitura“, afirma Valdemar Barboza, gerente de uma administradora de imóveis. “As autoridades do patrimônio cultural nos cobram um cuidado extremo com as cantarias dos prédios e suas fachadas, mas permite que qualquer empresinha de internet fure a frente de um prédio do século XIX? Dois pesos e duas medidas! Ainda mais da forma que a situação está ocorrendo na rua do Ouvidor, rua do Mercado, e Travessa do Comércio. Fazem muitas exigências de quem faz obra mas ignoram todo o resto. Mas este resto enfeia a região e ainda pode causar um acidente“, indigna-se. Para ele, permitir a desordem nos cabos nas fachadas só facilita quem faz gato de luz. “Ninguém nota, com tanto fio jogado“.

Muitos dos fios que horrorosamente pendem das fachadas são os chamados cabos mortos, ou seja, que não tem mais utilização ou serventia e ainda comprometem a distância necessária entre as redes de elétrica e de telecomunicações.Até corta o clima quando vemos um imóvel estilo francês, mas com aquele espaguete preto que atrapalha de no ter os contornos. Além disso, é mais fio para se soltar em uma chuva forte, por exemplo, e causar acidente. Em Ipanema, quando tiraram, foi um alívio visual e até da concentração de pombos que ficava”, conta a vendedora Patrícia Albuquerque, de 31 anos. No Centro, é comum ver-se as sacadas dos sobradinhos tomadas por fios e mais fios que ninguém sabe se estão ou não sendo utilizados: há casos em que dezenas de fios atravessam as sacadas de 10 ou 15 predinhos em seqüência, inutilizando-as e enfeiando bens que além de belos são tutelados por órgãos de patrimônio. O pior é que este acúmulo de fios pode camuflar “gatos de luz” e ligações elétricas que não obedecem à norma técnica. Isso sem contar os fios pendurados.

Além de causar poluição visual em cartões-postais como prédios neoclássicos, imperiais e coloniais que ficam encobertos pela fiação, há perigos como acidentes e a possibilidade de curto-circuito, ainda mais quando há as instalações clandestinas no local, também chamadas de “gatos”. Uma fiação bem estranha, por exemplo, atravessa os telhados de um prédio na rua do Mercado número 25, e desce de forma muito esquisita pela fachada dos imóveis 18A e 20 da Travessa do Comércio (a ruazinha do Arco do Teles). O fio tem vários remendos com fita isolante, e, segundo o eletricista Marcelo Silva, consultado pelo DIÁRIO, se for um cabo elétrico, o resultado pode ser funesto: “Os telhados destes prédios são de madeira, e remendos malfeitos junto com fios que fiquem ao tempo sem eletrocalhas próprias para este uso, podem ocasionar um incêndio“, vaticina. Esses imóveis, segundo vizinhos, estão invadidos. Conhecido como a maior voz contra a poluição urbanística e o emaranhado de fios, o arquiteto e urbanista Washington Fajardo, ex-secretário de Planejamento Urbano e autor do projeto Reviver Centro, foi telegráfico ao ser perguntado o que pensa do assunto, com as fotografias aqui publicadas à vista: “Vergonha. Depreciação de bem privado. Irresponsabilidade técnica. Risco.



Para o engenheiro Wagner Victer, ex-presidente da CEDAE e ex-secretário de estado de Energia e Indústria Naval, “É um absurdo completo que em regiões históricas não se tenha a obrigação da concessionária de colocar a fiação subterrânea. Isto, além de ampliar a quantidade de riscos para as edificações, enfeia a cidade, e causa uma série de questões. Não existe nenhuma razão lógica para estarmos no século XXI e em regiões históricas a fiação ainda estar na fachada dos imóveis.” Em 2006, quando ainda era secretário, Victer colocou em prática um projeto que enterrou toda a fiação no centro histórico de Paraty. “Esta foi uma das razões para que Paraty virasse Patrimônio Histórico da Humanidade“. Para Victer, não há como revitalizar regiões históricas como no Centro do Rio “com esta fiação horrível pendurada“.

Em cidades como Belo Horizonte, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG) vem exaustivamente debatendo o tema e já há Projeto de Lei na Câmara da capital mineira para resolver esta questão. Se for aprovado, deve inspirar cidades de todo país a se adequarem à norma da ABNT (NBR 152-14:2005), em especial, aos fios sem utilidade. Para o comerciante Tadeu Lopes, de 57 anos, a medida é essencial e salva vidas. “Ainda somos surpreendidos por pessoas que são eletrocutadas, fios que caem sob carros, entre outros. E tudo desnecessário. Fora a feiura. Turistas fazem tour pelo Centro e conferem esses fios desorganizados”, questiona.

Um eletricista contratado pelo DIÁRIO subiu na escada e examinou a fiarada que passa na fachada dos prédios junto à Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, na rua do Ouvidor esquina de Travessa do Comércio. “A maioria desta fiação aérea é de telefone fixo e está morta. E o curioso é que a OI não está mais instalando telefones fixos na região. Os comerciantes da área mal conseguem internet a cabo“, diz. A informação foi confirmada por um comerciante local: “Usamos aqueles modems de telefonia celular, não conseguimos que o cabo chegue aqui“. Aliás, falando na Igrejinha que reabre no dia 10/6, teve sua fachada pintada e está tinindo, é impossível tirar uma foto perfeita dela de perto, por conta da quantidade de fios horrendos que atravessam a rua na diagonal bem na sua frente.

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“Esse negócios dos fios é um absurdo. Antigamente, um fio dava problema e a empresa ia lá e consertava o fio. Agora, passam outro. Depois outro, depois mais outro. Por isso a maioria absoluta ali está fora de funcionamento. A situação é crítica. Corremos um risco por causa de algo que se tornou, em grande parte, inútil”, diz Marconi Andrade, restaurador, ex-conselheiro municipal de patrimônio cultural e fundador do grupo SOS Patrimônio, um dos maiores da sociedade civil que reúne amantes do patrimônio histórico e cultural no Rio de Janeiro.

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Mesmo um bem histórico de 1750 como a Igreja dos Mercadores, acaba tendo sua visão bloqueada pelas toneladas de fios pretos que são amarrados aos imóveis vizinhos, servindo de anteparo e dificultando as foros dos turistas e apaixonados por arquitetura. / Foto: Reprodução da Internet

A desordem aérea que se observa nas fiações entre os postes da cidade é reflexo da ausência ou insuficiência de fiscalização dos serviços concedidos às mais variadas empresas de telefonia. No centro, onde se concentram os mais significativos bens edificados do Rio, o resultado é desagradabilissimo à ambiência e visibilidade das fachadas, dispondo contra o ordenamento jurídico do Decreto-lei 25/37″, declarou à reportagem o ex-superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, arquiteto e urbanista Manoel Vieira, que atua na área de bens culturais tombados há mais de 15 anos.

Por décadas admitimos a fiação aparente em áreas densas e valorizadas, tanto econômica como culturalmente, porque havia apenas duas concessionárias: uma de energia elétrica e outra de telefonia fixa. Horrendas sempre foram, mas eram poucas, e só se dava conta disso quem viajava para o exterior e descobria o quanto as cidades com fiação embutida eram subitamente mais limpas”, ensina o professor e arquiteto Carlos Fernando Andrade, doutor em urbanismo e um dos maiores especialistas em patrimônio histórico do país, que complementa: “De uns anos para cá, e como o Brasil sempre ingressa nas coisas pela porta dos fundos, o que já era ruim ficou insustentável. É um cipoal de telefonia, internet, televisão e, obviamente, eletricidade, transformou a ambiência urbana em uma imensa e inacreditável gambiarra.” Ex-superintendente do Iphan, ele protesta dizendo que nos Centros Históricos: “o descaso é insuportável e, curiosamente, mais intensa a desordem, provocada pelo que deveria ser a tecnologia de ponta”. Resta provado que 10 entre 10 especialistas se chocam com o caos urbanístico e os riscos ocasionados pela fiação no Centro Histórico. Ainda assim, a ação formal não vem.

Exigir Medidores de Luz nas Fachadas é ilegal

A própria Light foi obrigada a se adequar e parar de afixar relógios de luz na fachada dos imóveis tombados. Comerciantes a região, passaram, no início do ano passado, por uma série de arbitrariedades perpetradas pelos funcionários da concessionária Light S/A. Imóveis centenários e, por vezes, bicentenários – muitos tombados ou preservados pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) – foram comunicados que a empresa faria “modificações no fornecimento de energia.” Só que estas modificações são ilegais. 

Sob alegação de modernização, a concessionária determinou que os comerciantes instalassem os seus relógios de luz – os famosos “medidores”- na parte externa das unidades, produzindo modificações inaceitáveis e proibidas em fachadas tombadas. A medida impõe uma série de procedimentos agressivos à preservação da história da cidade, já que para instalar os medidores é preciso furar paredes, colocar braçadeiras de ferro, canos de borracha ou plástico preto, além de colocar das horrendas caixas de acrílico.

As fachadas dos imóveis do Centro Histórico, repletas de pedras de cantaria, portões de ferro fundido, ornatos, cariátides e outros detalhes de grande pureza arquitetônica; não combinam com o que a concessionária Light S/A pretende realizar em nome de uma suposta modernização.

Além de desrespeitosa à História e à Cultura, a Light foi obrigada a parar com a arbitrariedade, que era, desde 2010, proibida pela ANEEL, Agência responsável por regular as empresas de energia elétrica, por força de uma resolução.

Resolução Normativa nº 414/2010
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL

Art. 82 – É vedada à distribuidora a instalação de medição externa em locais onde houver patrimônio histórico, cultural e artístico objeto de tombamento pelo Poder Público Federal, Estadual ou Municipal, definidos em lei específica, exceto quando houver autorização explícita dos respectivos órgãos”

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9 COMENTÁRIOS

  1. Nós cidadãos devemos pedir aos nossos vereadores que eles discutam uma lei municipal que obriga as prestadoras de serviço a enterrarem toda a fiação da cidade, com prazo de 15 anos. Além de obrigar que toda nova construção de grande porte seja feita com cabeamento subterrâneo.

    Essa fiação toda deixa a cidade horrível, mal cuidada, com quedas de luz toda hora, furtos, gatos, acidentes, etc.

    Por favor, falemos com os vereadores do Rio!!!

  2. É infelizmente tá tudo abandonado, graças ao seu prefeito e seu governador, e não é só nesta praça não, tem também a praça Paris que abandonaram de vez aí os moradores de rua fazem o que querem na praça Paris, eles além de fazerem as suas necessidades fisiológicas jogam quentinhos em cima dos poucos bancos que tem pois a própria prefeitura tirou os outros bancos ,no início da gestão crivela como prefeito, tinha até guarda municipal e tinha até uma cabine que não existe mais pois foi destruída pelos meliantes,eu frequentador dali pra fazer minhas ginástica, constantemente vejo menores de idade dentro da praça querendo oportunidades pra fazerem o que querem, eu já me aborreci muito ali já fizeram suas necessidades em cima do banco,aí fui falar com os guardas que ainda tinham naquela época eu reclamei e eles ficaram rindo de mim. Então eu nunca vi uma gestão tao omissa como essa administração, e nós como pagador de impostos vemos todos os dias essa bagunça na cidade e não é só nas praças não, é no aterro do flamengo também, tem muitos moradores de rua fazendo suas necessidades ou seja a cidade do Rio de Janeiro tá fedendo a fezes e urina, e esse negócio de falar que não tem guardas municipais, é mentira, pois então contrata terceirizada pra fazer a segurança das praças e vias e escolas e entre outro logradouros aonde a população possa ficar tranquila, e por favor coloque bancos na lapa e nas praças eu não sei porque esse prefeito mal gestor tirou os únicos bancos que tinham, e outra em Santa Teresa também tá abandonado eles tiraram os aparelhos de ginástica da terceira idade na praça odilon eu ia lá fazer ginástica e agora aonde vou fazer,porque não bota na praça largo das Neves?e cadê os bondes da Paula matos,cadê os ônibus que praticamente só funciona dois e só vai até 20 hs quando na época ia até 4 horas da madrugada?outra sugestão asfaltar todas as ladeiras de Santa Teresa que esses paralelepípedo já não dá mais ninguém aguenta mais,nem os taxistas querem mais subir em Santa Teresa aí muitos moradores tem que subir a pé, outra sugestão essa é imprescindível, botar mini elevadores aonde precisa de locomoção de idosos e gestantes e deficientes físicos, e até pessoas acidentadas e com problemas de locomoção, citando as escadarias do bairro de Fátima que se entende até Santa Teresa ,fora outras escadarias em Santa Teresa, se fizessem tudo isso aí sim eu bato palmas,mas aí vem os glutoes falar um monte de desculpas é só o que sabem fazer,ué já que na hora dos votos eles sobem as favelas pra pedirem votos agora que foram eleitos que façam o que prometeram ou então pede pra sair 01.

  3. Ótima denúncia Bruna. O bizarro e a necessidade de denunciar o que está a vista de todos. É mais bizarro ainda existir a necessidade de uma lei municipal que obrigue a Light e as empresas de serviços de TV a cabo e internet a REMOVEREM cabos “mortos”. Se alguém der uma olhada nas ruas de Londres, não vai encontrar postes com fios. Isso simplesmente não existe lá. E curiosamente, os londrinos têm luz, telefones, tv a cabo e internet. Mas não lhes passa pela cabeça ferra com sua cidade e principalmente com as áreas históricas, comerciais e de alimentação e diversões. Muitos pelo contrário.

    Dentro de nosso país que funciona a avesso, como uma roupa vestida ao contrário, talvez a solução precise ser ao avesso também Rapidamente a cidade se livraria dos cabos “mortos”, se entrasse num acordo com o gafanhotos que furtam cabos “vivos”, indicando que podem e devem levar mesmo, são os cabos mortos. Desculpem a brincadeira, mas a coisa é tão bizarra que não dá para considerar racionalmente.

    Depois que vimos ladrão de cabos “vivos”, cortando cabos com os dentes na Tijuca, passamos de um ponto da razoabilidade social. Aliás, já perceberam que os gafanhotos do bronze e cobre são tão organizados e eficientes que jamais esbarram num só carro de polícia nas ações deles na madrugada? Como é que fazem isso? Alguém se arrisca? Me recordo quando levaram tudo o que puderam do momento de Osório na Praça XV, cortando as enormes e pesadas grades do entorno com serras, colocando tudo num caminhão. Operação de horas no centro do Rio sem ninguém ver, ninguém chamar a polícia. Aliás os gafanhotos são tão organizados que suas ações nem são captadas pelas câmeras de segurança espalhadas pelos prédios além das da CET-Rio e polícia. Alguém já viu a polícia ir verificar câmeras dos prédios na região onde roubos de cabos e estátuas de bronze acontecem?

    Tem gente que quer legalizar as drogas! Droga, que tal legalizar os gafanhotos para se livrarem dos cabos “mortos”?

  4. Na Pavuna (região onde moro) existem diversos cabos também em postes. Pior é que não temos a quem recorrer, não tem informação de como lidar com isso. Muitos fios pendurados e caídos.

  5. Prezada Jornalista Bruna Castro,

    Li sua corajosa matéria sobre a criminosa e abandonada Rede Aérea de Cabos, Fios e Caixas de Passagem “NÃO IDENTIFICADOS” que paira sobre as cabeças dos transeuntes e condutores de veículos que ousam transitar pelas calçadas e/ou circular pelas pistas de rolamento na cidade do Rio de Janeiro.

    Em caso de sinistros o Ministério Público não terá meios de apontar os responsáveis e muito menos os Juízes de 1? grau de condená-los por uma razão básica:

    “?a quem pertence cada um dos cabos e fios já que TODOS são da mesma cor (preta) e não possuem qualquer identificação de seus responsáveis?”

    Convido a que conheça os vídeos de meu canal https://youtube.com/@augao148 no siteYouTube, criado para produzir e divulgar matérias de interesse público.

    Atenciosamente,

    Augusto Acioli de Oliveira
    20230517, Rio de Janeiro, ERJ.

  6. Excelente matéria! Parabéns Bruna Castro pela importante denúncia.
    Já está mais do que na hora de a Prefeitura ter um plano para implementar a fiação subterrânea. Não precisa criar uma meta irrealista, tipo colocar a fiação totalmente subterrânea na cidade toda em 5 ou 10 anos, isso não tem como ser cumprido, mas tem que começar a fazer, coisa que hoje não é feito, e esse seria um dos locais prioritários.

  7. Ué, não era só privatizar para dinamizar, melhorar e moralizar tudo? Não era o Estado que era incompetente, preguiçoso e corrupto? Como se vê, aos que louvam o capital privado como salvador do mundo, a realidade dá um murro na cara; mas tem gente insiste; deve ser porque gosta de apanhar!

    A Light certamente vai argumentar que, por estar quebrada (cadê a eficiência administrativa?), não tem como tomar providências neste momento.

    O cartel mafioso das empresas de telecomunicações vai empurrar a responsabilidade para o poder público. Esses empresários privados não estão neste negócio para melhorar a cidade e o país, mas apenas para aumentar lucros e mandar dinheiro ao exterior.

    Um dos efeitos colaterais positivos da substituição do tráfego insano de veículos por linhas de VLT é a remodelação das ruas e do calçamento, com melhorias estéticas visíveis. Já que vai quebrar tudo mesmo, aproveita-se para enterrar a rede elétrica e de telecomunicações, além de melhorar o sistema de escoamento da água das chuvas. Expandir as linhas de VLT para mais bairros silenciaria a cidade, desestressaria o trânsito e melhoraria o visual das ruas e a circulação de pedestres e ciclistas, mesmo em dias de chuva. Em contrapartida, quando se dá preferência ao metrô, nada na superfície é melhorado. A TARIFA DO VLT, ENTRETANTO, TEM QUE SER JUSTA AO PADRÃO AQUISITIVO DA POPULAÇÃO!

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