Vontade de ir para Tóquio e encontrar Bill Murray e Scarlett Johansson numa esquina qualquer. Conexões. Viagens. Viagens e conexões. São palavras que caminham juntas não só escritas nas passagens mais baratas que compro, mas nessas aventuras loucas que a vida traz. Em beijos que marcam mais do que encontros sexuais.
Nossa jornada é cheia de danças. Mas hoje minha vontade é ser Al Pacino em “Perfume de Mulher”, ser puro tato e talento. E sim, por que não, ser o centro? Protagonizar meu filme. Ser herói? Não, acho que não, aí já é demais. Heroísmo exige muito. Sacrifícios diversos, perdas. Deixo os vilões para serem derrotados pelos mais preparados.
Pensando bem, se eu for protagonista da minha crônica já está bom demais. Talvez seja difícil encontrar gente o bastante para fazer um filme sobre meu percurso. E como será viver uma história de amor como a de “Ghost – O Outro Lado da Vida”? Mais uma experiência que prefiro não passar. Melhor amar vivo. Tato, lembra? Gosto dos sentidos, sentir o corpo junto ao meu.
Melancolia
Enquanto escrevia, deixei minha caneca de sopa no chão. Minha gata filhote recém-adotada, vinda de um ferro-velho de Anchieta, está lambendo o que sobrou do meu jantar. Sei que isso não é bom, mas não estou no clima para não deixar. Engraçado, assim que escrevi isso, ela virou a caneca. Linda e fofa, tem três cores. A pequena Yang. Está lambendo a sopa de novo. A pobrezinha está cheia de pulgas e vermes. Hoje dei um banho nela e remédio de verme pela primeira vez.
Cronista às vezes dá voltas e despeja reflexões e referências emaranhadas. Tudo isso para dizer que ontem vi um filme português chamado “Pedro e Inês”. Era muito melancólico. Ou seja, bem Portugal mesmo. Sendo assim, escrevi essa crônica sobre e sob os efeitos dessa estranha sensação. Melancolia. Dizem nos jornais que está mais comum do que nunca. Por que será?
Você é um cronista de mão cheia, irmão. Sou seu fã. Q texto delicioso. Espero que a Yang fique bem logo. Já quero mais histórias dela e do percurso do filme da sua vida. Amei as referências.
Carlos, gratidão imensa pelo seu comentário! Foi aquele abraço quente em noite fria 🙂 Muito bom saber que você pescou as referências. Yang está a cada dia mais mienta e feliz. Com certeza, do jeito que é levada, surgirá em futuras crônicas.