Vontade de vencer, suor, lágrimas e superação são ingredientes indispensáveis na trajetória de um atleta. A enfermeira Janaina Ponciana, do Hospital NotreCare Rio, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, sabe bem o que é isso. Ela sofreu por muitos anos com o excesso de peso – chegou a pesar 140 Kg – o que a impedia de participar das famosas corridas de rua.
Janaina tinha o sonho de participar das competições, mas a condição física a atrapalhava. O excesso de peso também acarretava no agravamento de outras doenças. A personalidade mais retraída também foi um dos obstáculos superados pela profissional de saúde para poder levar uma vida mais regrada.
“Eu tinha muita vontade de participar de corridas, mas os médicos não me indicavam essa modalidade, porque, além do excesso de peso, eu tinha hipertensão e diabetes. Não foi um período fácil na minha vida. Eu era uma pessoa tímida, introspectiva, e não podia fazer o que mais gostava: correr”, lembra Janaína, de 38 anos.
Em 2018, depois de um ano de preparação, a atleta se submeteu à cirurgia bariátrica, também conhecida como “redução do estômago”. Após o procedimento, ela passou a cumprir um planejamento alimentar e muscular rígido, sob a orientação de uma nutricionista e de um profissional de educação física, para dar início aos treinos. Avessa à academia, Janaina começou a se exercitar em casa e caminhar nas ruas da Tijuca, onde mora e trabalha. À medida que foi ganhando ritmo, foi liberada para correr.
“Cinco meses após a cirurgia, quando realizei a minha primeira prova de rua, corri 5 km. Depois, vieram as corridas de 10 km, 15 km, 21km e 42 km, na Maratona do Rio, quando encarei mais de cinco horas de prova”, orgulha-se a atleta, cuja próxima meta é participar da edição de número 100 da Corrida de São Silvestre, na capital paulista, em 2025.
Conciliar a rotina de plantões no trabalho com os exercícios não é um problema para Janaina. Ela acorda às 4h30, toma um suco detox e faz o seu treino, que inclui a corrida no entorno do estádio do Maracanã. Depois, ela segue para o hospital.
“Trabalho na área de enfermagem desde 2011, quando comecei como técnica. Amo a minha profissão e o meu local de trabalho. Após a cirurgia bariátrica, precisei trabalhar muito a minha mente, para não deixar abalar a minha autoestima, e isso me ajudou muito com meus pacientes. Saber que, por meio da minha história de superação, posso dar força a alguém que precisa de um alento, é uma grande satisfação”, diz, emocionada.