Em entrevista exclusiva a Felipe Lucena do DIÁRIO DO RIO, a vereadora Mônica Cunha (PSOL), candidata à reeleição nas eleições de 2024, destacou sua atuação na Câmara Municipal e reiterou seu compromisso com a luta contra o racismo e em prol dos direitos humanos. Durante a conversa, Mônica abordou sua trajetória política, marcada por experiências pessoais dolorosas, como a perda de seu filho vítima de violência estatal, e os desafios enfrentados para implementar políticas públicas que promovam a justiça social no Rio de Janeiro.

Mônica Cunha, que assumiu o mandato em 2023, não esconde que sua atuação parlamentar é profundamente influenciada por suas vivências e por sua militância. “O combate ao racismo não é apenas uma pauta política, é uma questão de vida para mim. Eu aprendi na dor a importância de lutar por políticas que realmente façam diferença na vida das pessoas“, afirmou a vereadora, relembrando o assassinato de seu filho pelas mãos do Estado, evento que foi um divisor de águas em sua vida.

Prioridades no Mandato: Combate ao Racismo e Direitos Humanos

Ao longo de seu mandato, Mônica lançou a Comissão Especial de Combate ao Racismo, que tem como foco a educação, saúde, cultura e patrimônio, sempre com um olhar atento à necessidade de implementação de leis e políticas que promovam a igualdade racial. Ela enfatizou a importância das Leis 10.639 e 11.645, que preveem a inclusão da história afro-brasileira e indígena nos currículos escolares, mas que ainda enfrentam desafios em sua aplicação nas escolas municipais.

A vereadora também discutiu iniciativas culturais, como a criação do Dia Municipal do Jongo, e defendeu a valorização da cultura negra em todas as suas formas. “A cultura é uma forma poderosa de resistência e de afirmação da nossa identidade. O Jongo, por exemplo, é uma manifestação cultural que conecta as novas gerações com suas raízes e que precisa ser preservada e incentivada“, disse Mônica.

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Críticas ao Armamento da Guarda Municipal

Outro ponto importante abordado na entrevista foi a proposta de armamento da Guarda Municipal, que está sendo discutida na Câmara. Mônica Cunha se posicionou firmemente contra a medida, argumentando que a cidade já sofre com o excesso de violência policial. “Não precisamos de mais armas nas ruas. A Guarda Municipal foi criada para proteger o patrimônio, não para reprimir ainda mais a população, especialmente em áreas onde a violência já é uma realidade cotidiana“, criticou.

Expectativas para 2024

Com a aproximação das eleições de 2024, Mônica Cunha revelou suas expectativas e planos para um possível novo mandato. Entre as prioridades estão o fortalecimento das políticas de cotas para servidores municipais, a luta por melhores condições para trabalhadores elementares, e a expansão de iniciativas como o afroturismo, que busca valorizar e promover a cultura e o empreendedorismo da população negra no Rio de Janeiro.

Mônica também falou sobre a importância de continuar pressionando pela implementação efetiva de políticas públicas já aprovadas, como o Programa de Saúde da População Negra, e destacou a necessidade de que o prefeito Eduardo Paes cumpra com as promessas de construir uma cidade antirracista.

“Minha luta não é só por mim ou pela minha comunidade, é por toda a cidade. O racismo afeta a todos, e precisamos de uma cidade onde todos tenham direitos e oportunidades iguais“, concluiu a vereadora.

Mônica Cunha encerrou a entrevista convidando os eleitores a refletirem sobre as escolhas que farão nas próximas eleições e a importância de eleger representantes comprometidos com a justiça social e a igualdade racial. “Eu vou continuar lutando por uma cidade mais justa, mais humana e verdadeiramente democrática“, afirmou.

A entrevista completa com Mônica Cunha pode ser conferida no canal do Diário do Rio no YouTube.