Maior defensor da mudança da escala de trabalho da Guarda Municipal da Prefeitura carioca, o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, em entrevista exclusiva para o DIÁRIO DO RIO, fala sobre a organização da cidade, cobrança da imprensa e ainda mostra que não liga para ser popular ou não entre os cariocas: “Quero fazer, ordenar. Não estou atrás de voto e se eu tiver que voltar para polícia, volto para a polícia, que adoro”, adverte Carnevale, que se licenciou do cargo de delegado de Polícia Civil para enfrentar a bagunça generalizada após quatro anos do ex-prefeito Marcelo Crivella. Ele foi um dos mais jovens delegados a tomar posse na história da instituição e foi o grande vitorioso com a aprovação do retorno da Guarda à escala de 12×36, após anos na escala de 12×60, considerada absurda pelos especialistas em segurança pública.
Em uma semana chuvosa como esta que em que foi aprovada a mudança na escala da Guarda Municipal na Câmara dos Vereadores, envio à assessoria de imprensa uma matéria sobre uma criança queimada por carvão em uma praia do Rio, tentando entender porque incidentes assim ainda fazem parte do cotidiano carioca. Quase em seguida, sou convocada para conhecer o líder da Seop e aceito o convite.
A conversa informal durou mais de uma hora e Brenno falou dos gargalos e de como a absurda escala da Guarda Municipal tem atrapalhado o trabalho. Segundo dados da Prefeitura do Rio, além do ordenamento, a autarquia atua no trânsito, combate a Ferros Velhos, acompanhamento de ações de acolhimento a Moradores de Rua, na Ronda Maria da Penha, eventos como jogos e shows, Ronda Escolar, Guarda Patrimonial, Pontos Turísticos, BRT Seguro, praias, Perturbação do Sossego, entre outros.
1- Nós, do DDR, observamos que há uma preocupação sobre ordem em geral, como com a padronização dos guarda-sóis nas praias; parece ser uma prioridade do gabinete do Prefeito ordenar a cidade. Isso é prioridade para a Seop? O caso da criança que queimou o pé ao esbarrar em um carvão quente enterrado na areia de Copacabana liga algum alerta?
Brenno: Enchemos caminhões com irregularidades que encontramos na praia, inclusive na areia, com itens como sacos de carvão (é proibido o uso do carvão nas praias do Rio), vidros. Nosso foco é a fiscalização, pois acredito que a [boa] estética é consequência disso. Os ambulantes ilegais estão ficando muito bravos, pois temos aumentado a quantidade de apreensões. Os caras estão perdendo. Herdamos uma cidade que estava abandonada, e o servidor público estava em piloto automático. Hoje, [mudamos isso] com treinamentos e orientações constantes. Uso minha inteligência de Polícia Investigativa para, mesmo com um efetivo longe do ideal por causa da atual escala da Guarda Municipal, apreender o máximo de mercadoria irregular. Essa escala é um problemaço, reduz muito meu efetivo. E, além de tudo, a opinião pública, muitas vezes, passa o pano para desordem. Cheguei a falar de uma carrocinha de milho na areia, que ainda iria queimar uma criança e, quando tiro, a TV cai em cima de mim. E o que aconteceu logo depois? Um outro enterrou carvão quente e um menino sofreu queimadura no pé.
2- Quando fala que a escala da Guarda Municipal é um problema, muitos te criticam, dizendo que não valoriza a categoria. Mas, a solução, certamente, não seria inflar a Secretaria de cargos tendo a GM disponível, certo?
Brenno: Certamente, não é solução aumentar gastos com novas contratações de reforço para Seop. Quando diminuir a escala da Guarda Municipal, teremos 2.497 agentes por turno ao invés dos 863 GMs de hoje, aumento de efetivo em 289%. A escala de 12 por 60h não existe em nenhum lugar do país, só aqui. Se não fizermos isso, o Serviço Público não fica valorizado, pois será encarado pelos agentes como bico. Tem que ter escala de 40h semanais, pois não é eficiente pagar para o Guarda Municipal descansar enquanto a cidade precisa de ordem. Essa é a necessidade emergencial que temos, mas isso não impede de avaliarmos outros temas relativos à GM-Rio.
3 – Como que a opinião pública te cobra e como acredita que as ações são vistas?
Brenno: Os ambulantes se sentem vítimas, acham que é abuso. Mas, deixar a ilegalidade de um, afeta toda cidade. Uma carga e descarga irregular, fora do horário, afeta todo o trânsito. Fora que serve de exemplo para os demais fazerem algo de errado. Quando eu fiscalizo, a TV me questiona o porque tirei o caminhão de gelo que descarregava no Copacabana Palace quando a via estava interditada [ironiza]. Entendo que a questão social está forte por causa da pandemia, mas, muitas vezes, por trás do ambulante, há um esquema de exploração de pessoas que trabalham nas ruas, que funciona bem similar a uma milícia. Tem interesse até político, mas não tolero esse discurso. Faço cumprir a Lei se eu tenho uma situação que precisa ser regulada. Administrador tem que pensar no coletivo, por mais que a história de cada um possa ser triste.
4- Acredita que a solução está em novas licenças?
Brenno: Já concedemos, mas não tem como abrir o espaço público, pois quando abre, ficam ali em uma praça de metrô, tanto o ambulante regular como o irregular.
5 – E os guardas municipais que pedem a valorização da Guarda Municipal?
Brenno: O atual prefeito foi o último que abriu concurso para eles, transformou o órgão em estatuário e autarquia, entregou frota, reformou uma série de estruturas. O que seria então essa valorização? Não trabalhar?
6 – Muito se fala sobre a Zona Sul, mas quais são outros pontos críticos que precisam de atenção?
Brenno: Centro é uma das prioridades, por exemplo. Vou mudar a estrutura e colocar uma supervisão da Supervisão no Centro; os entornos do Santos Dumont também. A Seop vai coibir as irregularidades, como pontos de táxis sem autorização. O Saara foi um dos locais que atuamos, e tivemos retorno positivo dos comerciantes.
Todos nós somos responsáveis pela cidade, desde não jogar lixo na rua até cobrar as autoridades.
Espero que a Guarda Municipal (GM), realmente, com o aumento do efetivo trabalhe pelo bem da cidade.
Serão mais de 1.600 GM por dia na cidade, não é possível que não tenha nenhum para ordenar o transito, que ordene a bagunça da rodoviária novo rio, que apareça no aterro do flamengo.
Enfim, a GM precisa demonstrar para o pagador de impostos que se importa com a cidade, senão pode extingui-la, pois vejo mais assalto de moto do que um GM.
A bagunça genralizada começou com o PAES. No Governo Crivella estava todo mundo em casa por conta da pandemia. Um silêncio,uma paz completa. Esqueceram?
E mais: Paes somente está fazendo umas coisinhas por conta da parcela que a Prefeitura recebeu da venda da CEDAE ( alguns bilhões).Tá torrando tudo para se reeleger.
Aqui em Paquetá os guardas ao invés de trabalharem ficam nos alojamentos dormindo ou em casa, já que quase todos são moradores da ilha.
O que mais me deixa revoltado é que esses camelôs, são em sua maioria de outros municípios e vem para cá bagunçar e sujar a nossa cidade. Tem que ser duros e combater com firmeza estas irregularidades.
Na Ilha, somente se viu a eventual presença dessa famigerada GM nas ruas, durante o governo Crivella, em que participavam ativamente, da mesma forma que a PM, na verdadeira indústria do reboque de veículos, q naquela ocasião eram covardemente eram levados para um depósito localizado nas proximidades da cidade de Mauá
Tijuca, Meier, Madureira, Campo Grande e demais bairros também existem. Só para lembrar ao secretário.
um integrante de uma Instituição em que as pessoas trabalham, na teoria 24h, mas na prática 12h, reclamando que presta serviço pra uma que trabalha …12 x 60