A preparação do carnaval carioca segue a pleno vapor. A cerca de 180 dias dos desfiles, as escolas de samba estão caminhando em seus calendários com as disputas de samba-enredo em suas quadras, movimentando torcidas e compositores.
Campeã do carnaval, a Imperatriz Leopoldinense, divulgou no último dia 2, os 10 sambas concorrentes do enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da Cigana Esmeralda” de autoria do carnavalesco Leandro Vieira. Com a final marcada para o dia 16 de outubro, serão 5 fins de semana de cortes e disputas na Quadra em Ramos.
A vice-campeã, Viradouro, também já tem data marcada para definir seu samba. No dia 30 de setembro, a escola de Niterói promete escolher um dentre os 24 sambas inscritos na disputa. O enredo “Arroboboi, Dangbé” será desenvolvido por Tarcísio Zanon.
Ainda fora do Rio, a Beija-Flor de Nilopólis já está com sua disputa em andamento desde o mês de julho. Das 22 obras inscritas, 10 chegaram à fase final e serão gravadas pelo intérprete oficial da escola, Neguinho da Beija Flor. Com o apoio da cidade de Maceió, a azul e branca levará o enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila” desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo.
Já em Caxias, a disputa será diferente. O intérprete oficial da escola, Evandro Malandro, gravou todos os 11 sambas enredo inscritos, além disso, não são permitidos que intérpretes de outras escolas de samba do grupo especial defendam os sambas durante as disputas. A idéia da escola é tornar a competição menos custosa para os compositores. O enredo “Nosso destino é ser onça”, de autoria dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, tem final marcada para o dia 07 de outubro.
A centenária Portela vai levar o enredo “Um defeito de cor”, dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga, inspirado no livro de mesmo nome da escritora Ana Maria Gonçalves. Os 21 sambas concorrentes inscritos foram divididos em duas chaves. Com o passar das apresentações os sambas vão se enfrentando e perto do final se unem em uma única chave. A final será no dia 06 de outubro.
Com o enredo “O conto de Fados”, a Unidos da Tijuca espera definir seu samba enredo oficial no dia 21 de outubro. Foram 11 sambas inscritos para a disputa. De autoria do carnavalesco Alexandre Louzada, o tema pretende contar algumas lendas portuguesas.
A Acadêmicos do Salgueiro recebe no dia 15 deste mês os sambas para a disputa de 2024. O enredo “Hutukara”, do carnavalesco Edson Pereira e do enredista Igor Ricardo, fala sobre o povo Yanomami e a importância da preservação da Amazônia. No mesmo dia, o mundo do samba também irá conhecer os sambas concorrentes da Estação Primeira de Mangueira para o enredo “A voz negra do amanhã” que é uma homenagem à cantora e torcedora mangueirense, Alcione. A dupla Guilherme Estevão e Annik Salmon seguem à frente da escola pelo segundo ano consecutivo.
Recém chegada no Grupo Especial, a Unidos do Porto da Pedra recebeu 5 sambas para a disputa. Com o enredo “Lunário Perpétuo, a profética do saber popular”, de autoria do carnavalesco Mauro Quintaes, a branca e vermelho de São Gonçalo busca manter-se no grupo especial. A escola retorna após onze anos no acesso. A Agremiação ainda não divulgou a data da final.
Após uma série de disputas judiciais, a Mocidade Independente de Padre Miguel foi a última escola a anunciar o enredo para o Carnaval 2024. “Pede caju que dou… Pé de Caju que dá” será desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira. A sinopse foi desenvolvida pelo escritor e enredista Fábio Fabato. A verde e branca da Zona Oeste recebe a inscrição dos sambas concorrentes no dia 30 deste mês e a final acontece no dia 14 de outubro.
Já o Paraíso do Tuiuti decidiu não fazer disputa de samba. A solução foi encomendar e no último dia 04 de agosto o samba enredo foi apresentado na quadra. Assinado pelos compositores Cláudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W.Correia o samba promete embalar a Sapucaí. O enredo será desenvolvido por Jack Vasconcello, que retorna à escola após três carnavais, e será uma homenagem a João Candido, almirante negro da marinha brasileira, líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910.
E a Unidos de Vila Isabel fará uma reedição de um carnaval passado. O desfile de 1993, “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, passará novamente na avenida, só que desta vez pelas mãos do carnavalesco Paulo Barros. O samba enredo de Martinho da Vila é conhecido pelo público do carnaval e é uma aposta para a escola do bairro de Noel.