Estudo mostra impacto do cotidiano na saúde mental de estudantes cariocas

Dados levantados pelo Instituto Rio21 avaliaram a saúde mental de meninas e meninos de 13 a 17 anos

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(Foto: Pilar Olivares)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o resultado de uma pesquisa nacional sobre saúde escolar. Os dados apontaram que os alunos do RJ são os que mais faltam no país por conta da violência. Tendo como fio condutor o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, o Instituto Rio21, parceiro do DIÁRIO DO RIO, analisou os dados do levantamento sobre a saúde mental dos estudantes cariocas de 13 a 17 anos.

O primeiro indicador analisado foi o de preocupação cotidiana. De acordo com os números da pesquisa, 59,5% das alunas das escolas da cidade do Rio de Janeiro se sentiram muito preocupadas com as coisas comuns do dia a dia na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Em contraste, esse valor foi de apenas 37,8% para os estudantes homens, apontando para uma significante diferença de 21,7 pontos percentuais entre os gêneros.

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Percentual de escolares de 13 a 17 anos que se sentiram muito preocupados com as coisas comuns do dia a dia na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, por gênero. Fonte: PeNSE 2019. Elaboração: Instituto Rio21.

O segundo aspecto trata da frequência que os escolares cariocas se sentem tristes. Enquanto 18,1% dos homens se sentiram tristes na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, esse percentual foi mais que o dobro para as mulheres: quase 50% se sentiram dessa maneira.

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Percentual de escolares de 13 a 17 anos que se sentiram tristes na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, por gênero. Fonte: PeNSE 2019. Elaboração: Instituto Rio21

De modo similar, a proporção de estudantes mulheres que sentiram que ninguém se preocupava com elas na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, foi bastante superior a proporção de estudantes homens que sentiram que ninguém se preocupava com eles: ao passo que 40,8% das alunas cariocas se sentiram dessa maneira, apenas 19,8% dos alunos homens afirmaram que se encontravam nessa situação.

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Percentual de escolares de 13 a 17 anos que se sentiram que ninguém se preocupava com eles(as) na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, por gênero. Fonte: PeNSE 2019. Elaboração: Instituto Rio21.

O tópico analisado em seguida foi a frequência com que os escolares se sentiram irritados, nervosos ou mal-humorados. Os dados apontam que 64,0% das estudantes mulheres se sentiram assim na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Por sua vez, essa proporção entre os estudantes homens foi de 30,7%, valor 2 vezes menor que os das mulheres.

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Percentual de escolares de 13 a 17 anos que se sentiram irritados, nervosos ou mal-humorados na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, por gênero. Fonte: PeNSE 2019. Elaboração: Instituto Rio21.

Por fim, a crença de que vida não vale a pena ser vivida foi o último indicador de saúde mental observado. Enquanto 31,3% das mulheres matriculadas na rede de ensino pública e privada da cidade do Rio de Janeiro sentiram que a vida não vale a pena ser vivida na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, apenas 15,3% dos homens se sentiram assim no mesmo período.

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Percentual de escolares de 13 a 17 anos que sentiram que a vida não vale a pena ser vivida na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa, por gênero. Fonte: PeNSE 2019. Elaboração: Instituto Rio21

Segundo a Diretora de Pesquisa do Instituto Rio21, Ana Flávia Assumpção: “Todos cinco indicadores analisados apontam para uma deterioração da saúde mental maior entre estudantes cariocas do gênero feminino do que masculino. A pesquisa foi realizada antes da pandemia, em 2019, mas uma questão importante diz respeito à necessidade de atenção quanto à saúde mental dos jovens, sobretudo das meninas.”

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