Felipe Lucena: Crise climática precisa ser tema central no debate eleitoral deste ano

Não dá mais para ficarmos apenas falando em plantar árvores. Isso é importante, mas o momento drástico que estamos vivendo pede mais ideias e ações para ajudar a reduzir o problema

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Em 2024, teremos eleições municipais em todo o Brasil e um tema precisa ser debatido como prioridade: a crise climática. Sim, cada cidade tem suas questões problemáticas para resolver, mas o debate em torno do clima e as consequências negativas nas vidas das pessoas que habitam os mais de 5 mil municípios brasileiros precisa ser mais profundo. Não dá mais para se falar apenas de plantar árvores.

Não é de hoje que sentimos aqui no Rio de Janeiro as consequências da crise climática. As fortes chuvas que terminam em mortes e devastação – muitas vezes por falta de planejamento urbano por parte das prefeituras – acontecem praticamente todos os anos há muitos anos, décadas. O calor extremo também está aí, aparentando piorar a cada ano e igualmente afetando a vida e a saúde de cariocas e fluminenses, para falar somente do nosso estado.

Há poucos meses, escrevi uma matéria sobre como a saúde mental das pessoas está sendo afetada pela crise climática. Quadros de depressão, ansiedade, pânico, estresse e outras doenças têm sido descobertos ou agravados em pessoas que sofreram ou com as consequências de fortes chuvas ou com o calor extremo. A matéria pode ser lida clicando aqui.

Como sabemos, esse não é um problema apenas do Rio de Janeiro. É do mundo inteiro. Em todos os continentes, o resultado devastador da crise climática pode ser notado. Das inundações às severas secas; do derreter de geleiras ao frio mortal. Todo o planeta é afetado por isso. O ser humano, que muitas vezes esquece que faz parte dessa natureza, é o ponto mais fraco e mais destrutivo desta equação extremamente negativa.

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Nas eleições deste ano, o debate não pode ser restrito à velha ideia (ainda muito útil, mas insuficiente) de “vamos plantar mais árvores”. Estamos em um momento da história que já mostra que aumentar as áreas verdes das cidades ajuda a reduzir o calor e reter água das chuvas, no entanto, é preciso fazer mais. Muito mais. E tudo começa pelos municípios.

Metas de redução de emissão de gases estufa precisam ser estabelecidas com mais rigor e obedecidas com absoluta precisão. Não temos mais tanto tempo para ficar com discursos que já são ditos há décadas. É hora de agir. Aliás, já está passando da hora.

As cidades têm que ficar mais inteligentes, modernas, para precisar de cada vez menos energias que causem danos à natureza. A cooperação entre municípios, estados e países é fundamental. Além da colaboração de empresas, instituições, universidades e da sociedade civil como um tudo. É um problema coletivo e só vai ser diminuído com ações conjuntas a curto, médio e longo prazo.

O debate nas eleições municipais deste ano necessita ter a crise climática como tema central. Os candidatos às prefeituras precisam estudar esse assunto, buscar ideias, apoio de especialistas. Periga o cargo de secretário de meio ambiente ser mais importante do que o de vice-prefeito. As propostas de campanha para essa pasta precisam ser maduras, profundas, inteligentes, modernas e funcionais. Não dá mais para ficar (apenas) falando em plantar árvores.

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