Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz. A insulina é o hormônio que controla o metabolismo da glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para que a glicose, que obtemos através dos alimentos, seja utilizado pelo organismo como fonte de energia.
Quando a pessoa tem diabetes, a insulina não atua de forma eficiente, portanto, a glicose não consegue entrar para dentro da célula e fazer sua função de fornecer energia para os tecidos. Essa glicose fica alta no sangue, circulante na corrente sanguínea, podendo a longo prazo causar danos para órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes. E esse número está só crescendo. Em alguns casos, o diagnóstico demora, favorecendo o aparecimento de complicações.
O Diabetes tipo 2 é o mais comum nos dias atuais, que acomete mais adultos acima dos 40 anos e muitas vezes está associado à obesidade, hipertensão arterial, sedentarismo, dislipidemia (níveis altos de colesterol e triglicerídeos), estresse emocional.
Neste caso, as células se tornam resistentes à ação da insulina, que na maior parte das vezes, é provocada por uma dieta inadequada, com excesso de carboidratos refinados, açúcares, alimentos gordurosos, produtos industrializados com alto teor de sódio e aditivos alimentares, uma alimentação em grande quantidade. E quando associado ao sedentarismo, vai gerar o ganho de peso, levando à obesidade e todas as outras complicações de saúde.
Estabelecido o diagnóstico de diabetes, não existe cura para a doença, mas existe tratamento para o controle da glicemia, evitando possíveis complicações do excesso de glicose no sangue. Esse tratamento é baseado na mudança do estilo de vida do paciente, isto é, a melhora dos hábitos alimentares, a prática de exercício físico e o acompanhamento médico com uso de medicações. O tratamento multidisciplinar é o mais indicado, já que a causa da doença é multifatorial.
Diabetes tipo 1, mais comum na infância, de causa genética e hereditária, acontece de forma repentina. Pensando no diabetes tipo 2, não dormimos saudáveis e acordamos diabéticos. É uma doença que se instala após anos do corpo dando sinais de desequilíbrio. Por isso, é considerada uma doença de estilo de vida.
A alimentação é a parte mais importante do tratamento, pois a insulina é regulada à partir da ingestão dos alimentos, portanto, tudo o que comemos influencia na sua ação. O carboidrato é o nutriente que mais impacta sua produção. Os alimentos fontes de carboidratos precisam ser ajustados na dieta para o equilíbrio metabólico e hormonal do paciente.
A dieta deve ser rica em grãos e cereais integrais, porque as fibras ajudam no controle da glicose, como por exemplo: arroz integral, quinoa, feijões, lentilha, grão de bico, aveia. E pobre em carboidratos refinados: farinhas brancas, como trigo, polvilho, tapioca.
O açúcar deve ser abolido da dieta. O ideal é sentir o sabor real dos alimentos e bebidas. Se necessário, usar com moderação, adoçantes naturais como Stévia, Xilitol ou eritritol.
As frutas são permitidas, desde que o consumo seja moderado, e sempre fazendo combinações com outros nutrientes (fibras, proteínas ou gorduras saudáveis), para evitar picos de glicose no sangue. Os vegetais são sempre recomendados nas refeições pelo alto teor nutricional de fitoquímicos, antioxidantes e fibras que auxiliam muito no metabolismo como um todo.
As proteínas magras, como peixes, frango e ovos são ótimas fontes para garantir o equilíbrio nutricional da refeição e promover a saciedade. Gorduras saturadas devem ser consumidas com moderação, como carne vermelha, leites e derivados.
Independente do diabetes, como recomendação geral para a saúde, devemos evitar o consumo de produtos industrializados, ultraprocessados, doces, frituras, bebidas adoçadas, dentre outros excessos alimentares.
Exercício físico faz toda a diferença no tratamento, além de todos os benefícios para a saúde da população geral, no diabetes, a atividade física otimiza a absorção de glicose pelos tecidos. Outro ponto positivo, o exercício, ajuda no equilíbrio emocional e hormonal, que são fundamentais para o controle da doença.
A conclusão é que a dieta de uma pessoa diabética é basicamente a mesma da dieta recomendada para a população geral, para garantir a prevenção desta e de todas as outras doenças crônicas, que estão diretamente associadas ao excesso do consumo de alimentos de baixa qualidade nutricional.