O caro é muito relativo, pois o preço que se paga em não ter saúde é altíssimo.
Escuto muito por aí este argumento de que comer bem é muito caro. Então, antes
de tudo, precisamos definir o que é COMER BEM e também estabelecer o
parâmetro do que é SER CARO.
Quando nós, profissionais da saúde, falamos em alimentação de qualidade e
saudável, estamos querendo dizer que: comer bem é se alimentar do que vem da
terra, como as frutas, verduras e legumes; cereais e grãos integrais; alimentos
produzidos de forma artesanal e natural; produtos minimamente processados
pela indústria. É uma alimentação baseada em plantas e alimentos de origem
vegetal. Baixo consumo de carnes e produtos de origem animal e praticamente
isenta de produtos industrializados. Esse é o real conceito de alimentação
saudável.
Quando pensamos no custo desses alimentos, descobrimos que praticamente
tudo que é saudável podemos comprar em feiras livres, investindo em alimentos
da safra que são mais baratos. Além disso, os alimentos da estação são mais
frescos e nutritivos. Frequentar a feira no horário da xepa para garantir preços
mais acessíveis é uma estratégia excelente para economizar e levar alimentos de
verdade pra casa.
Os mercados e empórios a granel, oferecem cereais, leguminosas, sementes, e
mais uma infinidade de alimentos por um custo mais baixo quando comparamos
aos produtos industrializados dos supermercados. Justamente pela possibilidade
de comprar por peso sem pagar pela embalagem, evitando também o desperdício
de alimentos. É muito mais inteligente e sustentável.
O fato que é precisamos comer para sobreviver. A importância e o cuidado que se
dá em como escolhemos nos alimentar, define em grande parte nossa qualidade
de vida, porque comer bem não é simplesmente comer qualquer coisa. É
selecionar os melhores alimentos que irão nutrir o seu corpo, dentro da
circunstância de vida e realidade financeira de cada pessoa.
E por isso, o caro é muito relativo, pois o preço que se paga em não ter saúde é altíssimo. Claro que existem alimentos saudáveis que são caros, como por exemplo, os
alimentos orgânicos. Porém, eles não são essenciais quando pensamos em uma
alimentação saudável. Obviamente, comer a versão convencional dos alimentos é
melhor do que não comer. Eles continuam sendo saudáveis e fazem bem para o
bom funcionamento do organismo.
Por outro lado, avalie se vale a pena comer um alimento barato, de baixa
qualidade nutricional, repleto de ingredientes químicos, como os alimentos ultraprocessados e os embutidos. A comida industrializada está fazendo as
pessoas perderem saúde e bem estar. Melhor mesmo é evitar!
As carnes e outros produtos de origem animal tem um custo cada dia mais
elevado. São alimentos que contribuem com a saúde, porém não devem ser a
base da nossa dieta. Se o consumo desses alimentos for menor, o custo total da
refeição reduz drasticamente.
Outro ponto importante, hoje em dia sofremos com a cultura do excesso e da
abundância alimentar. Se come muito o tempo todo. Não precisamos de tanta
comida assim. O corpo foi feito para sobreviver períodos em estado não
alimentado. Ficar sem beliscar aquele lanchinho no meio da tarde não vai te
causar nenhum prejuízo, pelo contrário, pode até te fazer um bem danado.
Alimentação saudável não precisa ser cara. Invista em comida de verdade,
alimentos locais e sazonais. Faça uma dieta em que a maior proporção seja de
alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, legumes e grãos integrais.
Procure se alimentar em pequenas quantidades, o suficiente para se nutrir. Isso
sim é comer bem e barato.