Para os que moram em lugares frios de verdade, o inverno no Rio de Janeiro – e a maneira como os cariocas lidam com ele – é alvo de variadas piadas e brincadeiras. Mas convenhamos: tem coisa melhor do que tomar um vinho e comer um fonduezinho no auge dos nossos… 16/17oC??? O inverno é a minha estação do ano preferida – ainda que seja o inverno carioca -, a temperatura é muito mais agradável, nos permitindo degustar um bom vinho tinto e comer coisas quentinhas gostosas.
Sempre fiquei curiosa com a área que o Fazendola isola na praça General Osório, em Ipanema, colocando mesinhas ao ar livre e servindo um rodízio de fondue. Juntando com mais um casal de amigos, resolvemos finalmente experimentar essa variação do restaurante, que tem também um bom buffet de comida a quilo e um rodízio de pizza legal. O rodízio de fondue é mais democrático, já que as pessoas da mesa podem optar por tipos diferentes de fondue, não se prendendo à preferência de cada um e, claro, podendo comer de todos um pouquinho (ou “poucão”, a depender de quem está comendo…). No Fazendola, há as opções de queijo (com pedacinhos de pão), carne (boi, frango e linguiça artesanal) e chocolate branco e preto (com frutas). Fiquei muito animada em finalmente poder experimentar o rodízio (a, mais ou menos, R$70 no fim de semana, a partir da sexta feira), o que deve ter contribuído em parte com minha decepção.
Cheguei cedo na penúltima sexta feira, por volta das 19h, poucas mesas ocupadas dentre as muitas espalhadas em uma espaçosa área na praça, em frente ao restaurante, algumas cobertas por uma tenda, outras expostas. Como em muitos lugares no Rio de Janeiro, infelizmente, o que mais me chamou a atenção nessa noite foi a qualidade ruim do serviço oferecido. Não somente a qualidade da comida – o de queijo estava bonzinho, mas o de carne estava pouquíssimo temperado, além de super gorduroso, e os de chocolate para mim foram o ponto alto do rodízio – mas principalmente pela qualidade do atendimento.
Enquanto eu aguardava sozinha, pedi um vinho, que veio em temperatura ambiente (ou melhor, quente) – imagino que não devia estar armazenado em adega – e o fondue de queijo para já começar os trabalhos. Tive que pedir para voltar o fondue porque estava muito frio. Até esse momento, quando as mesas ainda estavam se ocupando, os garçons mostraram boa vontade, porém nenhum deles foi à minha mesa me falar sobre o rodízio, explicar como funcionava, o que servia… enfim, “vender o produto”. Até aí, tudo bem, a gente releva, é sexta feira, queremos mais é descansar a cabeça da correria da semana, certo? Ao pedir a conta, começou o problema: o garçom bem enrolado em como ele ia dividir a conta com dois casais, deu uma solução que para ele era a mais fácil – dividir a conta igualmente por dois – mas não o que a gente queria e levou as duas comandas (uma por casal). Quando voltou, já muito tempo depois, voltou somente com uma delas, dividida da maneira que ele tinha falado, diferente do que havíamos pedido. Mais 20 minutos e o problema não havia sido solucionado, até porque a outra metade da conta também não chegava… Imagino que o número de garçons para a quantidade de mesas estivesse pequeno, mas em nenhum momento o gerente (ou mesmo o garçom) veio à mesa se desculpar pela demora, mesmo após nossos amigos terem se levantado para reclamar.
Uma pena mesmo. Um restaurante com uma proposta tão boa como essa, provavelmente também muito procurado pelos turistas que se hospedam nas redondezas, deveria se preocupar em oferecer um atendimento melhor aos seus clientes -principalmente por ser um dos poucos na zona sul a ter esse tipo de serviço nos invernos. Pode ter sido – e assim eu espero – um evento pontual, em um dia em que os funcionários pudessem estar mais atrapalhados. Para os fissurados em fondue, de repente pode valer mais a pena tentar uma ida durante a semana (com o valor ainda mais convidativo, inclusive – R$50), quando o movimento deve ser menor, aproveitando tem uma frente fria chegando na cidade. Eu, por aqui, seguirei na minha busca…