Fui um dos privilegiados de conferir em primeira mão o episódio inicial da série live-action de “One Piece” e visitar o navio Going Merry, onde os protagonistas piratas viajam pelos mares em suas aventuras. Tudo aconteceu em um dos melhores cenários do mundo: Copacabana. O navio é uma cópia fiel daquele que vemos no anime e veremos no live-action da Netflix. Está na praia mais famosa do mundo, na altura do Lido.
A princípio, a visitação gratuita ao Going Merry ocorre até o dia 2 de setembro (sábado). Quem for terá a oportunidade de explorar o navio, que abriga uma variedade de objetos decorativos em seu interior. Após essa data, a embarcação retorna durante o feriado do dia 7, na próxima quinta-feira, ampliando sua permanência até o domingo (10). É indicado para os curiosos, fãs do anime e aqueles novos admiradores que certamente virão com o lançamento da nova produção original Netflix. Digo isso, pois já aconteceu durante a exibição especial para convidados.
Crítica do primeiro episódio de “One Piece, a série”
Até hoje havia visto poucos trechos do anime e do mangá que originaram a série. Mas sabia da febre que é ao redor do globo terrestre e, como bom jornalista cultural, tinha noção de muitas coisas, afinal, o anime está no ar desde 1999 e tem mais de mil episódios!
Adentrei o belo teatro do Copacabana Palace sem grandes expectativas. Em verdade, lembrava de “Cowboy Bebop”, um anime de grande qualidade que sou fã desde a adolescência, mas cuja adaptação em live-action da Netflix foi deveras decepcionante. Dessa forma, com essa frustração em mente, estava descrente. Contudo, desde o começo do primeiro episódio de “One Piece”, percebi um outro capricho, uma direção mais apurada. A dublagem brasileira mantém sua tradição de alta qualidade. No geral, fiquei surpreso com a abordagem cativante e cheia de aventuras da obra. Logo lembrei de “Piratas do Caribe”, porém, saí achando “One Piece” muito melhor do que a famosa franquia de piratas da Disney. E há boas razões para isso.
O fantástico Luffy
Primeiramente, tem o carisma do ator Iñaki Godoy e a forma como vive o encantador Luffy, cheio de leveza, otimismo, irreverência. Além disso, Mackenyu como Roronoa Zoro está demais, e Emily Rudd como Nami não fica atrás. É notável como eles conseguem transmitir a essência das personagens de forma tão convincente. Esse trio, ao se unir, fornece algumas das cenas mais empolgantes e divertidas da série unindo com eficiência humor e aventura.
Um dos pontos fortes é exatamente essa química do grupo central, que forma o Bando do Chapéu de Palha, inicialmente. Essa dinâmica entre os personagens contribui para a profundidade da trama, criando laços engraçados entre os membros da equipe. Essa ligação, aliada às diversas reviravoltas e à abordagem única de explorar a vida desses piratas diferentes, faz de “One Piece, a série” um potencial sucesso.
A trama nesse universo dos piratas é habilmente conduzida em suas sequências de ação e não entedia, mantendo um ritmo envolvente e focando no que realmente importa. Não há necessidade de ter qualquer conhecimento prévio do anime ou do mangá. Aliás, claramente, um dos maiores objetivos da Netflix é exatamente alcançar novos espectadores e ter mais um carro-chefe que atraia assinantes para o streaming. E estão de parabéns. Tanto por essa ativação do Going Merry em pleno Rio de Janeiro e, ao menos no primeiro episódio, pela obra demonstrar viabilidade para conquistar pela sua própria força, ao unir diversos elementos necessários para se destacar. O tom aventureiro é inegavelmente uma das suas maiores forças, e algo que me pegou, mantendo-se fiel ao espírito da história. Sorri, gargalhei, me empolguei, torci, e me conectei especialmente com Luffy e seu sorriso constante.
No final das contas, enquanto retornava na van que levou os jornalistas até o Going Merry, conversava com um colega, e admitia que provavelmente, o Bando do Chapéu de Palha havia angariado ao menos um novo fã: Alvaro Tallarico.
