Guilherme Fonseca: Itaperuna como Centro Logístico

Para Guilherme Fonseca, o Arco Logístico de Itaperuna via BR-356, contribuiria com todo o sistema viário do Noroeste

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Foto: Famacruz

Há anos fala-se na construção na Estrada do Contorno via BR-356, em Itaperuna. O município tem, de acordo com o Censo de 2010, 95.841 habitantes, o que corresponde a 30,2% da população do Noroeste Fluminense. É uma das principais cidades do interior e se destaca como polo universitário, de serviços e médico de alta tecnologia.

mapa influencia itaperuna 1 Guilherme Fonseca: Itaperuna como Centro Logístico

 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da publicação Regiões de Influência das Cidades 2018, inclui Itaperuna entre os 15 núcleos populacionais do Estado do Rio que exercem influência sobre a sua região. No Noroeste, além de Itaperuna, segundo o mesmo estudo, há Santo Antonio de Pádua, com a diferença – a favor de Itaperuna – de que sua influência alcança a divisa com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

A partir dos anos 90, Itaperuna evoluiu muito no setor de serviços com a instalação de uma grande universidade e, também, em razão dos avanços da medicina de alta tecnologia no Hospital São José do Avaí, que teve início em meados dos anos 80.

Constatado o aumento da população e do fluxo de turistas com a diversidade e modernização do setor de serviços, o tráfego urbano tornou-se cada vez mais congestionado, exigindo uma resposta do planejamento viário, considerando o tráfego da BR-356 pela cidade.

area estudo arco logistico itaperuna Guilherme Fonseca: Itaperuna como Centro Logístico

Refletindo sobre a implantação da Estrada do Contorno, por ocasião da conclusão do curso de especialização em Engenharia Urbana na Escola Politécnica da UFRJ, sob orientação da professora e engenheira de transportes, Eva Vider, apresentei, em 2019, uma proposta de implantação de um arco logístico ao redor de Itaperuna que se integraria ao projeto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para o contorno da BR-356, tendo, como propósito, além da mitigação dos problemas de trânsito, a possibilidade de transformar Itaperuna num grande centro logístico no interior do Estado do Rio de Janeiro, considerando sua posição geográfica e no sistema viário federal e estadual.

Há alguns anos, o Governo Federal anunciou a intenção de criar um corredor logístico internacional conectando o acesso aos oceanos Pacífico ao Atlântico, através de uma ferrovia, a EF-354. A ferrovia ligaria o Peru ao Porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense. Um projeto fabuloso e importante, que poderá acelerar o desenvolvimento econômico também do Noroeste, considerando o potencial de diversos setores como agropecuária, indústria, minério e turismo.

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Na proposta para o Arco Logístico de Itaperuna via BR-356, considerei alguns aspectos estratégicos para a sua localização em relação aos vetores de crescimento da cidade, as diretrizes do Plano Diretor de Itaperuna no que se refere ao sistema viário e ao zoneamento de uso industrial, além dos diagnósticos do Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC/RJ 2045) e do Plano Aeroviário do Estado do Rio de Janeiro (PAERJ – 2002/2021).

Em relação aos vetores de crescimento de Itaperuna, nota-se uma tendência de interiorização a partir da margem esquerda do Rio Muriaé, o que certamente coincide com o traçado projetado pelo DNIT para a Estrada do Contorno e que irá requerer do município, um rigoroso controle de ocupações nas imediações da via, evitando que ela seja transformada numa via urbana com diversos pontos de cruzamento, o que contrariaria o objetivo original da obra, que é o de garantir agilidade ao tráfego da BR-356.

Observa-se, também, que Itaperuna está localizada na interseção de dois eixos logísticos: O Eixo Multimodal do Açu e o Eixo Rodoviário Região Serrana – Noroeste Fluminense, de acordo o PELC/RJ 2045, ampliando a possibilidade de um núcleo logístico na região.

Numa edição de 2013 do Mapa Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro, uma publicação do DNIT, o possível traçado da EF-354 surge cruzando o território fluminense a partir de Laje do Muriaé, passando bem próximo a Itajara, distrito de Itaperuna, seguindo pelo município de São José de Ubá, sede de uma unidade das Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa/RJ), até cruzar com a BR-356 nas imediações de Campos dos Goytacazes chegando, enfim, à região do Porto do Açu. A maior parte do traçado está na margem direita do Rio Muriaé, na mesma posição geográfica do Arco Logístico proposto.

A Confederação Nacional de Transportes (CNT), entidade fundada em 1954 que reúne 27 federações, 5 sindicatos nacionais e 155 mil empresas, defende o aprimoramento das políticas públicas e de planejamento, incluindo o transporte de cargas na formulação de projetos urbanos.

integracao politicas urbanas Guilherme Fonseca: Itaperuna como Centro Logístico

O Arco Logístico de Itaperuna via BR-356, contribuiria com todo o sistema viário do Noroeste, porque integraria de forma direta as rodovias RJ-220, RJ-210, RJ-198 com a BR-356, a partir da margem direita do Rio Muriaé e de forma indireta as RJ-116, BR-393, BR-101 e Via Dutra. Além disso, sua implantação do Arco contribuiria para melhorar a conexão acesso ao Aeroporto Regional Ernani do Amaral Peixoto.

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3 COMENTÁRIOS

  1. O caso de Iconha (ES) é icônico mesmo (perdão pelo trocadilho :). A cidade sofre muito economicamente por causa do contorno. Mas vejo muitas diferenças em relação a esse plano para Itaperuna. A começar pelo fato que Iconha tem uma cidade vizinha, Rio Novo do Sul, que acabou ficando com todo o movimento de estrada que antes passava por Iconha. Também lá não foi aberto (ainda) na estrada do contorno nada como postos de gasolina, lanchonetes, etc, que manteriam, pelo menos em parte, a atividade econômica. E o ponto mais importante: entendi que, pela proposta do Guilherme Fonseca, seriam instalados galpões logísticos e empresas ao longo do Arco Logístico e na cidade de Itaperuna que trariam um saldo positivo para o município como um todo.

  2. Façam isso e a cidade morrerá. Tenha como exemplo a cidade de Iconha. A vivia movimentada, o comércio ia bem e a cidade crescia. Colocaram um anel rodoviário e a cidade vai de mal a pior hoje em dia. Quem apoia tal proposta é quem não olha para o bem da cidade em si ou nunca pensou no outro lado.

  3. Quando se fala: contribuiria, já está dando sinais que seria uma perde de templo colocar isso em pauta. Não vejo uma pais de primeiro mundo que pense assim, só no Brasil. É Por isso que as coisas aqui não funcionam e porque? Não se dão o devido valor a projetos e também a ir atrás de pessoas que possam ajudar nessa empreitada que de muita importância. Coloquem a mão na massa e falem com o Presidente da República porque essa é uma rodovia federal.

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