Nos últimos dias, um casamento ganhou muito destaque nos meios de comunicação. O que talvez nem os noticiários de fofoca saibam é que a igreja onde Preta Gil casou tem muito mais histórias para contar.
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé foi o palco de alguns dos mais importantes momentos da história do Brasil. Entre esses acontecimentos estão a coroação de D. Pedro I e D. Pedro II.
O templo foi sede episcopal da diocese até 1976, quando foi encerrada a obra da nova Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro. Por isso a nomenclatura “Antiga Sé”.
“Nos séculos passados, a igreja já era conhecida por receber casamentos cheios de pompa. Muitos membros da corte portuguesa e da família real se casaram na Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. Em alguns casos, a fila de espera era longa”, conta o historiador Maurício Santos.
Foi no altar da histórica igreja que o príncipe D. Pedro I, futuro imperador do Brasil, recebeu sua esposa D. Leopoldina de Áustria, em 1817.
A construção da igreja começou por volta de 1590, quando a ordem carmelita chegou ao Brasil. A organização católica ocupou as instalações dos beneditinos, entre elas, a ermida, que foi convertida em Capela da Ordem do Carmo.
Quase duas décadas depois, em 1619, os frades iniciaram a construção de um convento, ao lado da Capela da Ordem do Carmo e uniram os dois edifícios por de uma torre com portaria – posteriormente demolida para ampliar a Rua Sete de Setembro.
Como aconteceu com muitas igrejas históricas do Rio de Janeiro, em séculos passados, grandes reformas foram realizadas na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. A motivação para as obras na capela foi um desabamento.
Em 1761 foi construída uma nova igreja. Essa nova edificação já foi erguida voltada para o mar da Praça VX. O templo anterior apontava para o convento vizinho.
Em 1808, D. João VI transformou a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé em Capela Real. A família real foi instalada no então Palácio dos Vice-Reis, que hoje é o Paço Imperial, e que fica na Praça XV.
Durante essa época, a igreja passou a ser fundamental para o desenvolvimento da música erudita no Rio de Janeiro. Nomes de muita importância nesse gênero musical, como José Maurício Nunes Garcia e o português Marcos Portugal foram regentes e compositores da então Capela Real.
Mais tarde, em 1822, com a coroação de D. Pedro I como imperador e com o Brasil já independente de Portugal, o tempo passa a ser Capela Imperial.
No século seguinte, em 1900, o templo foi remodelado pelo Cardeal D. Joaquim Arcoverde.
Com o passar dos anos, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé se firmou na posição de igreja para grandes celebrações. Com uma história tão rica, não poderia ser diferente.