Considerada por muitos como o último grande marco da fundação do Rio de Janeiro, a Igreja de Santa Luzia tem uma história que salta aos olhos e é iluminada por diversos períodos do passado da Cidade Maravilhosa.
Em 1592, o então governador do Rio de Janeiro, Salvador de Sá, irmão de Estácio de Sá, que havia fundado a cidade do Rio anos antes, concedeu uma igreja aos frades franciscanos que tinham chegado à cidade para fundar o quinto convento franciscano do Brasil.
A igreja era a de Santa Luzia, construída por pescadores da praia que ficava em frente ao logradouro homônimo. Embora fosse de uma estrutura muito pobre, o prédio foi ocupado pelos frades, que ficaram por lá até 1607, quando foram para outro local continuar sua missão religiosa.
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Entretanto, há quem defenda que a história começa antes. De acordo com o historiador Milton Teixeira, a Igreja de Santa Luzia pode ter tido seu embrião quase oito décadas antes, quando os europeus chegaram à Baía de Guanabara.
“Em 1519 uma frota espanhola, chefiada por Fernão de Magalhães, chegou a Baía de Guanabara e eles acharam que tinham descoberto o lugar, então batizaram de Baía de Santa Luzia. Eles rezaram uma missa no local do desembarque e muitos historiados contam que essa missa foi realizada próxima onde hoje em dia é a igreja” disse Milton em uma palestra.
No século XVIII, com certo enriquecimento da cidade do Rio de Janeiro, muitas igrejas foram reconstruídas. Com a de Santa Luzia não foi diferente. Alguns dados históricos, apesar de as informações não serem muito precisas, apontam que a igreja foi derrubada e reerguida em 1751 mais ou menos no mesmo lugar, tendo como diferença apenas a sua posição, que antes era voltada para a direção da Santa Casa e depois passou a ter vista para o mar – que hoje é a Avenida Presidente Antônio Carlos e arredores.
A história da igreja se trança com a da rua que passa em frente e leva o mesmo nome. Enquanto a igreja crescia, a rua também se desenvolvia. Todavia, a Rua Santa Luzia só foi aberta em meados dos anos 1800, pois Dom João VI queria assistir missas na igreja da padroeira dos olhos, porque tinha um sobrinho que sofria das vistas.
Com o passar dos tempos, o logradouro se modernizou, ganhou prédios vistosos e muitas árvores – cada vez menos comuns no centro do Rio. A proximidade com o morro do Castelo, que fora removido aos poucos longo dos séculos sendo arrasado de vez em 1921, acabou ajudando mais que atrapalhando a região de Santa Luzia – rua e igreja.
A cidade do Rio de Janeiro cresceu ao redor daquele espaço antes e depois da remoção. Com isso, a Rua Santa Luzia se desenvolveu de carona e a igreja foi gradativamente sendo mais valorizada e notada por conta da ascensão da região.
O passar de tantos séculos e acontecemos não foi o suficiente para que a Igreja de Santa Luzia se perdesse no caminho da história. A sua beleza histórica merece ser sempre conservada e admirada, seja do mar, do morro ou do asfalto.